São Paulo, segunda-feira, 12 de setembro de 2005

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JUDÔ

João Derly, 1º atleta do país a ganhar ouro no torneio, vence enquete no Egito em evento que confederação desprezou

Brasileiro é melhor judoca de Mundial

DA REPORTAGEM LOCAL

No último dia de disputa entre países, o brasileiro João Derly, 24, acabou sendo eleito o melhor judoca do Mundial do Cairo (Egito). Anteontem, o gaúcho havia se tornado o primeiro brasileiro a conquistar a medalha de ouro na competição. Ontem, venceu enquete realizada por um júri de jornalistas e membros da federação internacional. Para ser eleito, superou concorrência de 307 atletas.
"Nem me imaginava campeão. Não sei qual foi o critério, mas deve ter sido por causa da final com o japonês", disse Derly, referindo-se à vitória sobre Masato Uchishiba, atual campeão olímpico.
Na decisão, o judoca conquistou a vitória ao aplicar um ippon (equivalente ao nocaute no judô) logo aos 42 segundos de luta.
Derly deu a volta por cima após enfrentar problemas de peso -subiu uma categoria- e suspensão por doping. Em 2002, foi punido com seis meses após ter exame positivo para clortalidona, um diurético, medicamento utilizado por atletas para perder peso.
Outra surpresa do Mundial foi o bronze obtido pelo meio-pesado Luciano Corrêa, que nem era apontado pela comissão técnica brasileira como um dos favoritos.
Mesmo sendo uma competição tratada com desdém pela confederação brasileira, a equipe nacional conseguiu seu melhor desempenho da história em Mundiais.
No quadro de medalhas, o Brasil terminou em quarto lugar, atrás de Japão, Holanda e Rússia.
Neste ano, a CBJ decidiu investir na nova geração. Visando o Pan-07 e o Mundial-07, ambos no Rio, a entidade investiu em uma seleção sub-25. Com ela, disputou o Pan-Americano de Porto Rico e o Sul-Americano da Colômbia.
Da delegação que foi aos Jogos de Atenas-04, só permaneceram a ligeiro Daniela Polzin, a meio-leve Fabiane Hukuda, a meio-médio Vânia Ishii e o leve Leandro Guilheiro, bronze na Olimpíada -a renovação do grupo foi de 71%.
Dois desfalques tiveram razões médicas. O meio-médio Flávio Canto, também terceiro lugar na Grécia, teve lesão no ligamento do joelho esquerdo. Já o meio-pesado Mário Sabino sofreu um grave acidente na mão quando tentava arrumar o motor de seu carro.
Mais problemas vieram às vésperas do embarque. Carlos Honorato, dono de medalha em Mundial e Olimpíada, foi cortado devido a problemas de peso. Alex Guedes viajou em seu lugar.
Já a meio-pesada Edinanci Silva, única brasileira em atividade a subir ao pódio mais de uma vez em Mundiais, pediu dispensa alegando problemas particulares.
Como suas substitutas diretas, Claudirene Cezar e Luzia Fernandes, estavam machucadas, o Brasil não teve representante na categoria. "O Mundial não é o nosso objetivo principal, mas temos uma equipe forte", analisava o técnico Luis Shinohara, antes da viagem.(ADALBERTO LEISTER FILHO)

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