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JUDÔ
João Derly, 1º atleta do país a ganhar ouro no torneio, vence enquete no Egito em evento que confederação desprezou
Brasileiro é melhor judoca de Mundial
DA REPORTAGEM LOCAL
No último dia de disputa entre
países, o brasileiro João Derly, 24,
acabou sendo eleito o melhor judoca do Mundial do Cairo (Egito). Anteontem, o gaúcho havia se
tornado o primeiro brasileiro a
conquistar a medalha de ouro na
competição. Ontem, venceu enquete realizada por um júri de jornalistas e membros da federação
internacional. Para ser eleito, superou concorrência de 307 atletas.
"Nem me imaginava campeão.
Não sei qual foi o critério, mas deve ter sido por causa da final com
o japonês", disse Derly, referindo-se à vitória sobre Masato Uchishiba, atual campeão olímpico.
Na decisão, o judoca conquistou a vitória ao aplicar um ippon
(equivalente ao nocaute no judô)
logo aos 42 segundos de luta.
Derly deu a volta por cima após
enfrentar problemas de peso
-subiu uma categoria- e suspensão por doping. Em 2002, foi
punido com seis meses após ter
exame positivo para clortalidona,
um diurético, medicamento utilizado por atletas para perder peso.
Outra surpresa do Mundial foi o
bronze obtido pelo meio-pesado
Luciano Corrêa, que nem era
apontado pela comissão técnica
brasileira como um dos favoritos.
Mesmo sendo uma competição
tratada com desdém pela confederação brasileira, a equipe nacional conseguiu seu melhor desempenho da história em Mundiais.
No quadro de medalhas, o Brasil terminou em quarto lugar,
atrás de Japão, Holanda e Rússia.
Neste ano, a CBJ decidiu investir
na nova geração. Visando o Pan-07 e o Mundial-07, ambos no Rio,
a entidade investiu em uma seleção sub-25. Com ela, disputou o
Pan-Americano de Porto Rico e o
Sul-Americano da Colômbia.
Da delegação que foi aos Jogos
de Atenas-04, só permaneceram a
ligeiro Daniela Polzin, a meio-leve
Fabiane Hukuda, a meio-médio
Vânia Ishii e o leve Leandro Guilheiro, bronze na Olimpíada -a
renovação do grupo foi de 71%.
Dois desfalques tiveram razões
médicas. O meio-médio Flávio
Canto, também terceiro lugar na
Grécia, teve lesão no ligamento do
joelho esquerdo. Já o meio-pesado Mário Sabino sofreu um grave
acidente na mão quando tentava
arrumar o motor de seu carro.
Mais problemas vieram às vésperas do embarque. Carlos Honorato, dono de medalha em Mundial e Olimpíada, foi cortado devido a problemas de peso. Alex
Guedes viajou em seu lugar.
Já a meio-pesada Edinanci Silva,
única brasileira em atividade a subir ao pódio mais de uma vez em
Mundiais, pediu dispensa alegando problemas particulares.
Como suas substitutas diretas,
Claudirene Cezar e Luzia Fernandes, estavam machucadas, o Brasil não teve representante na categoria. "O Mundial não é o nosso
objetivo principal, mas temos
uma equipe forte", analisava o
técnico Luis Shinohara, antes da
viagem.(ADALBERTO LEISTER FILHO)
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