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Corinthians será alvo de 2 inquéritos
Ministério Público Federal vai requisitar à PF investigação sobre suborno a fiscal e pagamentos de atletas fora do país
Dirigentes do clube, réus em processo por lavagem de
dinheiro e formação de quadrilha, podem agora ser
acusados de novos crimes
Fernando Santos/Folha Imagem
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O volante Rafael Fefo, que não está inscrito na Copa Sul-Americana mas treinou como titular |
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público Federal
vai requisitar à Polícia Federal
a instauração de inquérito criminal para investigar a negociação de um suborno a fiscal
da Receita Federal por dirigentes corintianos e também a suspeita de pagamento de atletas
do clube fora do país.
Os dois casos constam nas interceptações telefônicas feitas
pela PF durante a investigação
da parceria do clube com a MSI.
Os procuradores da República entendem que esses casos,
que não entraram no processo
criminal por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, aberto na 6ª Vara Criminal
Federal, merecem investigação
à parte e devem se transformar
em duas novas denúncias.
O primeiro mostra negociações entre o presidente corintiano Alberto Dualib, o vice Nesi Curi e o ex-controlador financeiro Marcos Roberto Fernandes para viabilizar o pagamento de R$ 150 mil ao auditor
da Receita Federal Manoel Reinaldo Manzano Martins.
Os diálogos foram travados
entre janeiro e março deste
ano. No dia 13 de março, segundo as transcrições, Dualib pergunta a Marcos se "não faltam
R$ 75 mil", e Fernandes "se
corrige e diz que sim", pois
Dualib "fechou em R$ 150 mil".
Fernandes diz que primeiro
"deu R$ 25 mil, depois levou R$
50 mil e faltavam R$ 75 mil". O
controlador diz que "ele [Manzano] está louco atrás de dinheiro e fica ligando."
Em várias conversas com os
corintianos, Manzano mostra
estar aparentemente negociando para uma terceira pessoa,
que identifica como "menino".
Segundo relatório da PF, "os
diálogos são bastante explícitos
e não deixam dúvidas de que,
após fiscalização da Receita nas
contas do Corinthians, o fiscal
Manoel Manzano ao invés de
lavrar a autuação solicita vantagem indevida e é atendido".
A superintendência da Receita Federal disse, por meio de
sua assessoria de imprensa, que
tomou ciência do caso e que está investigando todos os aspectos fiscais e funcionais.
Segundo a Folha apurou,
Manzano não fazia parte da
equipe de fiscais designados
para fiscalizar o Corinthians.
Até maio deste ano, ele foi assistente do gabinete na Secretaria da Receita. Este cargo não
permite que ele faça autuações
em clubes. Atualmente, Manzano está no DEAIN (Delegacia
de Assuntos Internacionais).
A Folha não localizou Manzano nem Fernandes para comentar o assunto. O advogado
de Dualib e Curi, José Luiz Toloza Costa, informou que não
discutiu o caso com os dois.
"Eu os defendo apenas no
processo da 6ª Vara Criminal
Federal por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha."
Além do caso de suborno, a
Procuradoria investiga suposto
crime de evasão de divisas e sonegação fiscal. Diálogo entre
Cilson Fischer e Paulo Angioni,
da MSI, fala sobre transferência de dinheiro do Bradesco
(em Nova York) para o Itaú
(Nova York), o que irá atrasar
pagamento dos direitos de imagem dos atletas. Angioni pergunta que dinheiro é esse e Fischer diz que é do meia Ricardinho (US$ 1,2 milhão).
Fischer não foi localizados.
Angioni disse em depoimento à
Justiça que suas atividades se
concentravam na gerência de
futebol. Segundo a PF, aparentemente alguns jogadores recebiam parte do salário no Brasil
e outra, maior, no exterior. Ricardinho nega que tenha recebido em bancos fora do país.
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