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IATISMO
Condutor da lancha que atropelou Lars Grael diz não ter visto bóia e não ter feito manobra para evitar choque
Piloto se contradiz em depoimento
SÉRGIO RANGEL
enviado especial a Vitória
O empresário Carlos Guilherme
de Abreu Lima, 29, que atropelou
com uma lancha o iatista Lars
Grael domingo passado, entrou
ontem em contradição ao depor
na Capitania dos Portos do Estado
do Espírito Santo.
Lima admitiu que não viu a bóia
que demarcava a raia da regata Taça Cidade de Vitória e a ultrapassou antes de bater no barco de
Grael, bronze em Seul-88 e Atlanta-96, na classe Tornado.
Com o choque, o iatista foi sugado pela hélice da lancha e teve a
perna direita decepada.
O empresário disse também que
não tentou fazer manobra antes da
colisão. Ele contou que não viu o
barco de Grael.
As declarações feitas ontem são
conflitantes com o depoimento
concedido pelo próprio Lima no
dia do acidente à Polícia Civil.
No domingo, Lima disse que a
sua lancha se chocou com o barco
do iatista já fora da área de competição. Na ocasião, ele declarou que
tentou fazer a manobra de segurança antes da batida.
Segundo o primeiro depoimento
de Lima, ele "parou as máquinas, colocando a lancha em ponto
morto, manobrou a lancha para o
lado direito, quando percebeu o
choque, que foi de resvalo".
Ontem, o piloto da lancha, que
chorou várias vezes, ficou cerca de
quatro horas sendo interrogado
pelo presidente do inquérito administrativo marítimo, o capitão
Waldir Teixeira Oliveira.
No depoimento de ontem, o empresário negou que a sua acompanhante, uma menor de 16 anos, estivesse pilotando a lancha no momento do acidente. Ele negou que
estivesse mantendo relações sexuais com a menor na ocasião.
No depoimento de ontem, Lima
voltou a afirmar que não bebeu no
dia do acidente, apesar de o laudo
do Departamento Médico Legal
do Estado do Espírito Santo ter
constatado a presença de 1,5 g de
álcool por litro de sangue, acima
do nível permitido, no exame realizado por ele no dia do acidente.
O depoimento de ontem servirá
como peça também na Justiça Comum. Ontem, a polícia ouviu três
iatistas, que socorreram Grael.
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