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AUTOMOBILISMO
Após dizer que faria hoje, pela IRL, sua última corrida, brasileiro é sondado e pode completar currículo
Ferran se despede dos ovais de olho na F-1
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SUZUKA
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Gil de Ferran, 35, faz hoje sua
derradeira corrida como piloto
profissional. Pelo menos no automobilismo norte-americano.
O cenário é o Texas, às 16h45,
onde ele pode ser campeão. As
chances, porém, são remotas.
Melhor piloto brasileiro da era
pós-Senna tanto em títulos (dois
na Indy, em 2000 e 2001) como
em vitórias (11, sendo que uma
nas 500 Milhas de Indianápolis),
Ferran anunciou que pararia ao
final da temporada.
Nos bastidores, no entanto, ele
ainda tenta concretizar seu último
sonho de consumo: correr na F-1.
E as propostas para que esse desejo se realize na temporada que
vem já começaram a aparecer.
Seu futuro poderia ser a Jordan.
Desde o anúncio da aposentadoria, Ferran tem dito que não decidiu o que fará daqui para a frente. Mas que quer continuar de alguma forma ligado ao esporte.
Geraldo Rodrigues, empresário
do piloto, afirma que não existe
qualquer tipo de comprometimento oficial com ninguém.
"Hoje, eu diria que no Texas o
Gil fará sua última corrida como
profissional. Amanhã, não sei",
disse o empresário à Folha. "Ele
quer tirar uns dias para descansar
e depois decidirá o que fazer."
Seria uma forma de superar a
frustração que viveu há dez anos,
quando perdeu sua grande chance na categoria. No intervalo de
um treino pela Arrows, Ferran
deu uma cabeçada na porta de
uma caminhão, abriu um talho na
testa, e tonto, não pôde continuar.
A negociação teria começado
em Indianápolis, há duas semanas, quando Rodrigues e Ferran
se reuniram com representantes
da Petrobras e da Jordan. A idéia
do empresário é reativar o patrocínio da Lubrax com a equipe e
viabilizar a ida do piloto à F-1.
As chances são pequenas e esse
primeiro passo já é complicado.
Há dois anos, a Lubrax estampou
seu logo nos espelhinhos dos Jordan. A parceria, porém, acabou
na Justiça depois que o time usou
um patrocínio conflitante.
A segunda alternativa da dupla
seria aproveitar o bom relacionamento do pai de Ferran, Luc, com
a Ford. Ex-executivo da empresa,
ele poderia interceder. Desde o
começo deste ano, a equipe compra motores da montadora.
Outro fator seria o interesse das
montadoras em conquistar o
mercado americano. Com um piloto já conhecido do público, esse
caminho seria mais fácil.
O maior trunfo de Ferran, de fato, é a difícil condição financeira
da Jordan. Hoje, o time só vive situação melhor do que a Minardi.
Em Suzuka, Eddie Jordan voltou a dizer que, se não tiver ajuda,
pode fechar em 2004. O destino
da equipe, pelo menos nos próximos anos, é virar um "time de aluguel". É o que aconteceu em 2003.
Nas últimas provas, a equipe arrendou seu terceiro carro para pilotos jovens que quisessem participar dos treinos extras, às sextas.
Ou seja: levando dinheiro, Ferran, ou qualquer outro, pode estar
na F-1 no ano que vem. O sonho,
na Jordan, custa US$ 5 milhões.
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