São Paulo, sexta-feira, 12 de outubro de 2007

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teste de fôlego

Renovação de Dunga fica reduzida só aos nomes

Média etária da seleção é quase igual à do time que abriu eliminatórias em 2003

Treinador opta por uma equipe-base com 27,5 anos, contra 27,9 anos dos 11 escolhidos por Parreira, há 4 anos, rumo à Alemanha

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
O lateral-esquerdo Gilberto controla bola em treino do Brasil


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS

A idéia era renovar a seleção brasileira depois do fracasso na Copa da Alemanha. Mas o time que estréia nas eliminatórias para 2010, domingo, na Colômbia, tem um perfil etário praticamente idêntico ao que começou a disputa por uma vaga para 2006 há quatro anos.
Os 11 jogadores escalados por Carlos Alberto Parreira para enfrentar a mesma Colômbia em 2003 somavam 307 anos. Os prováveis escolhidos por Dunga para começar o jogo no domingo têm, juntos, 303 anos.
Isso significa redução pífia na média -de 27,9 anos para 27,5. E o time atual tem alguns agravantes "etários". Se todos seguirem até a África do Sul como titulares, o Brasil terá no próximo Mundial sete titulares que terão passado a barreira dos 30 (Júlio César, Juan, Lúcio, Gilberto, Gilberto Silva, Mineiro e Ronaldinho). Da equipe que começou as eliminatórias passadas, seis estavam nessa faixa de idade em 2006 (Dida, Cafu, Roberto Carlos, Emerson, Zé Roberto e Rivaldo).
"Sempre falo que temos que pensar no momento. E isso agora representa as eliminatórias. Ninguém pode adivinhar o que vai acontecer na Copa", disse o volante Mineiro, 32, ao responder se terá fôlego para estar na África do Sul em 2010.
Da equipe que deve ir a campo em Bogotá, o mais jovem na época da próxima Copa será Vágner Love, que completará 26 anos durante o torneio. Kaká, que negou a gravidez de sua mulher, como foi noticiado pela imprensa italiana, foi titular na Alemanha com 24.
O capitão Lúcio, 29, valoriza a experiência, mas ressalta que, sozinha, ela não resolve. "Ajuda, mas não adianta nada se o time não tiver aplicação. Sem isso, não iremos vencer".
Dunga afirma que seu grupo nunca vai estar fechado. Mas afirma que quem está com ele hoje tem prioridade. "A chance é dada, se eles aproveitarem serão convocados de novo", diz o treinador sobre seus critérios.
Ele também não gosta de chamar atletas jovens que, segundo ele, ainda não têm rodagem suficiente. O caso mais notório é do atacante Alexandre Pato, do Milan, que acaba de completar 18 anos.
A falta de boa condição física de veteranos, especialmente Cafu, Roberto Carlos, Emerson e Ronaldo, foi um dos principais motivos do fracasso em gramados alemães em 2006.
Aquele grupo teve uma preparação com treinos leves, especialmente em Weggis, na Suíça, a última parada antes da viagem para a Alemanha.
Dunga assumiu prometendo aumentar a carga de trabalho. Mas, em Teresópolis, onde o time se prepara para o jogo contra os colombianos e também diante do Equador, na próxima quarta-feira, já reduziu o ritmo.
Ontem, ele cancelou o treino marcado para a manhã -hoje novamente só haverá uma sessão na Granja Comary.
A justificativa foi o desgaste das atividades do resto da semana e as viagens dos atletas da Europa para o Brasil. Dos 22 convocados, 20 atuam em clubes desse continente -o zagueiro Alex Silva e o lateral-esquerdo Kléber são as exceções.
Em Teresópolis, Dunga também mudou seu estilo de trabalho. Antes, ele dizia que iria priorizar treinos táticos e de lances específicos, como a bola parada. Mas já são dois seguidos de coletivos, quase sem parar para dar instruções.


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