Líder do Brasileiro pode fechar a 29ª rodada com a mesma diferença que o São Paulo tinha em 2006

Mesmo desfalcada de cinco titulares, equipe aposta na campanha como visitante, a melhor do campeonato, para derrotar hoje o Náutico

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ter oito pontos de diferença para o segundo colocado a nove jogos do final do campeonato. Foi o suficiente para o São Paulo ser campeão em 2006. Poderá ser o necessário, também, para o Palmeiras em 2009.
Apesar de cinco desfalques importantes, a equipe paulista aposta em seu desempenho como forasteira para bater o Náutico, hoje, às 16h, no Recife.
"Nosso time mantém o equilíbrio como mandante e visitante. Temos um bom aproveitamento fora de casa, e isso deve ser levado em consideração", diz o meia Cleiton Xavier.
"Bom aproveitamento", no caso do atual Brasileiro, é pouco. O Palmeiras é o melhor visitante dentre os 20 participantes. Ganhou seis vezes, empatou quatro e perdeu quatro.
Apenas o Goiás venceu tanto longe de casa, mas, em compensação, perdeu mais que os paulistas: foram seis derrotas.
Se conseguir passar pelo Náutico, e o Atlético-MG não ganhar do Cruzeiro, o clube alviverde abrirá oito pontos de vantagem em relação ao São Paulo, que permaneceria na vice-liderança, com 49 pontos.
Com essa margem de segurança na mesma altura do campeonato, o São Paulo conseguiu administrar sua caminhada rumo ao título de 2006 -no final, acabou com nove pontos de diferença em relação ao Inter.
No ano seguinte, o clube do Morumbi estava ainda mais folgado, 12 pontos à frente do vice, ao término da 29ª rodada.
Em 2008, a disputa pelo primeiro lugar era bem mais apertada a esta altura do torneio. Tanto que os dois clubes que lutavam pela ponta, Grêmio e Palmeiras (dois pontos atrás), acabaram superados pelo São Paulo, que faturou o tri consecutivo com três pontos a mais do que a agremiação gaúcha.
O cenário, portanto, não poderia ser melhor para o Palmeiras. Para ajudar, o rival de hoje não vive situação boa no Nacional -luta contra o descenso.
"Nosso objetivo é entrar em campo tentando manter a posse de bola", afirma Cleiton Xavier, o rei das assistências no campeonato, com dez passes para gol, segundo o Datafolha.
Difícil, mesmo, será o técnico Muricy Ramalho escalar tanta gente nova para suprir as ausências de Edmilson, Vagner Love e Obina, suspensos, e Diego Souza e Armero, que defenderam suas seleções nas eliminatórias no final de semana.
Na defesa, Maurício (que após virar titular incorporou o sobrenome Santos) será o parceiro de Danilo, empurrando o zagueiro Marcão para a vaga de Armero na lateral esquerda.
No meio-campo, o treinador tem algumas opções para o lugar de Diego Souza. Ele poderá optar por um homem mais rápido, como Willians, ou fechar o setor com Sandro Silva, que atuaria ao lado de outros dois volantes, Souza e Jumar.
A única certeza está no ataque, onde Robert e Ortigoza, a dupla "titular" da equipe reserva, terá a missão de vazar uma possível retranca adversária.
"A dificuldade maior fica por conta do entrosamento. Com o time completo, sabemos como cada um se posiciona, e isso facilita. Mas não podemos duvidar da capacidade daqueles que vão entrar", diz Cleiton Xavier.
Após o Náutico, o Palmeiras pegará, em casa, o Flamengo.