São Paulo, segunda-feira, 12 de outubro de 2009

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JUCA KFOURI

Está faltando alguma coisa


A sensação é indefinida, quase inexplicável. Por que a seleção foi a La Paz? E quem quer ser campeão brasileiro?

QUE SEGUNDA-FEIRA é esta?
Há uma certa sensação de incompletude. Falta alguma coisa que começou no sábado e não terminou, como usual, ontem. E que domingo foi o que passou?
O que era aquilo que aconteceu em La Paz? Tanto esforço por nada, em busca do quê? Quebrar uma escrita de 28 anos sem vitórias em eliminatórias na capital boliviana?
Precisar não precisava. Melhor teria sido levar um time de garotos com antecedência, adaptá-los à altitude e, provavelmente, derrotar o fraco time local. Mas a CBF ficou na ameaça, fez meia vingança e expôs o time a um sofrimento desnecessário e desumano. E o resultado (1 a 2) não tem a menor importância.
Aliás, por falar em buscas, o que buscam nossos valorosos times que disputam o Brasileirão? O vice é o limite? Ninguém quer ser campeão? Nem o Palmeiras?
Bem, o Palmeiras tem mais uma chance hoje, nesta segunda-feira sui generis, de mostrar que, ao contrário do São Paulo, do Inter, do Goiás e do Galo -que também enfrenta o mesmo desafio neste dia, mas no clássico mineiro-, quer mesmo e pode ficar com o título.
Claro que fácil não será. Não só porque nada é fácil neste campeonato perde e ganha como poucos mas também porque tanto o gramado dos Aflitos como a aflição do Náutico colaboram para impor dificuldades para o líder desfalcado de seu elemento mais decisivo, Diego Souza. Que esteve na aventura boliviana e pôde comprovar que o inferno é pertinho do céu.
Fácil deveria ter sido para o Inter assumir a vice-liderança que o Furacão impediu no Beira-Rio, já que o São Paulo se curvou diante da dificuldade de bater o Flamengo no Maracanã, como já tinha entregue os pontos para o Santo André e para o Coritiba, assim como o rival Palmeiras entregou para o Avaí.
Tudo caminha para termos um campeão aos trancos e barrancos, que não deixará saudades como time, apenas como capaz de fortes emoções, o que não é pouco para o torcedor, diga-se de passagem. Mas é frustrante para o crítico.
Com a palavra, isto é, com a bola, o Palmeiras. E o Galo.

Este Maradona...
Pobre do, ontem, elegante Dunga se comemorasse uma vitória da seleção brasileira como Maradona comemorou a da argentina. Tudo porque o batuque que nos anima não é o bandoneón que os embala, na verdade, uma contradição.
Nossa alma alegre teme mais o ridículo do que os que a tem dramática e, daí, sem censuras.

Este Tostão...
Tostão, que não tem formação de jornalista, e não precisa, mas que é, por isso, sempre injustamente excluído dos prêmios que merece ganhar -todos!- na categoria, foi o primeiro de nós a denunciar a prática nefasta do merchan em programas ditos jornalísticos. E pediu demissão da Rede Bandeirantes.
Agora, é o primeiro brasileiro dos campeões mundiais de futebol a abdicar de qualquer benesse com dinheiro público, como planeja fazer o governo federal.
Se dentro de campo não cabem comparações com ninguém, fora dele Tostão é que é o Pelé.

blogdojuca@uol.com.br


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