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FUTEBOL
São Paulo entra com medida cautelar para anular punição do caso Hiroshi e pode emperrar torneio
Brasileiro vai à Justiça dos homens
ALEXANDRE GIMENEZ
da Reportagem Local
O torcedor precisa tomar conhecimento com urgência de vários termos jurídicos -como
""antecipação de cautela" e ""agravo de instrumento"- para
acompanhar o restante do Brasileiro. O São Paulo protocolou ontem uma ação na 9º Vara da Justiça Federal de São Paulo pedindo
de volta os pontos tirados da equipe, por decisão do TJD (Tribunal
de Justiça Desportiva), e dados
para o Botafogo-RJ.
A corte esportiva entendeu que
o São Paulo escalou Sandro Hiroshi irregularmente -o passe do
atacante estaria bloqueado pelo
Departamento de Registro e
Transferência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
A Justiça Federal irá decidir hoje
se acata o pedido do São Paulo
-juridicamente chamado de antecipação de cautela. Se a decisão
for positiva, a equipe recupera
imediatamente os pontos.
Neste caso, a continuidade do
Campeonato Brasileiro está
ameaçada, já que os confrontos
das quartas-de-final e da seletiva
da Libertadores serão alterados.
Com a pontuação de volta, o
São Paulo passaria a somar 37
pontos -ocupando a terceira colocação da fase de classificação.
Assim, o time enfrentaria nas
quartas-de-final o Vitória, atual
rival do Vasco. Já a equipe carioca
passaria a enfrentar a Ponte Preta,
adversário do time são-paulino.
Todos os jogos estão marcados
para o domingo, às 18h30.
Para o São Paulo, a grande vantagem de retomar os pontos é poder jogar por três empates nas
quartas-de-final, além de atuar
por duas vezes em casa.
Na outra ponta da tabela, o
grande prejudicado será o Botafogo-RJ, que sem os pontos do confronto com o São Paulo estaria rebaixado para a segunda divisão e
fora da seletiva da Libertadores.
O Gama, atualmente rebaixado,
tomaria o lugar do time carioca na
primeira divisão e no torneio classificatório para a Libertadores,
que tem início amanhã.
Para tentar garantir a continuidade do Campeonato Brasileiro, a
CBF pode entrar com um ""agravo
de instrumento", obrigatoriamente na 9º Vara da Justiça Federal paulista. Se o recurso for aceito, sua validade é imediata, garantindo a realização da rodada do final de semana com os confrontos
determinados pela entidade.
Normalmente, as varas de Justiça funcionam de segunda-feira a
sexta-feira, mas em caso de urgência um desembargador pode
ser acionado num sábado.
Segundo o advogado Marcílio
Krieger, contratado pelo São Paulo e pela FPF (Federação Paulista
de Futebol) para comandar o processo na Justiça comum, a ação é
assinada pelo Sindbol (Sindicato
das Associações de Futebol Profissional do Estado de São Paulo),
entidade que reúne 88 agremiações paulistas.
""O sindicato tem mais força,
pois representa 88 clubes no Estado. Espero ter êxito na ação", afirmou ontem José Augusto Bastos
Neto, presidente do São Paulo,
durante uma reunião na FPF,
com dirigentes de outros clubes.
""É uma atitude correta, mas não
é simpática", disse Eduardo José
Farah, presidente da FPF, em entrevista à rádio Globo.
Como a ação é encabeçada pelo
Sindbol, o São Paulo corre um
menor risco de sofrer represálias.
A Fifa (entidade que comanda o
futebol) não recomenda que seus
filiados busquem a Justiça comum para resolver pendências
esportivas. Porém o estatuto da
Fifa abre brechas para que essas
ações tenham validade.
Além da ação na Justiça comum, na próxima semana o São
Paulo deverá recorrer ao TJD da
decisão que deu para o Inter os
pontos da partida entre os clubes.
A equipe gaúcha usou os mesmos
argumentos que o Botafogo-RJ.
Até agora, o processo foi julgado somente pela Comissão Disciplinar do TJD, que deu a vitória
para o Internacional. Se o TJD
mantiver a decisão da Comissão
Disciplinar, o São Paulo também
deve entrar na Justiça comum.
Mesmo com todos os problemas envolvendo o Campeonato
Brasileiro, o presidente da CBF,
Ricardo Teixeira, decidiu viajar à
Europa acompanhar o amistoso
entre seleção brasileira e Espanha.
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