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FUTEBOL
Seleção joga nos Emirados Árabes, 24º país visitado desde a Copa, num ciclo que pela 1ª vez não contemplou o Rio
No deserto, Brasil consagra maior turnê
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A ABU DHABI
Na paisagem desértica do
Oriente Médio, como hoje, às
15h30, contra os Emirados Árabes
Unidos. No extremo oriente, na
África Negra, em toda a América
do Sul e até no Caribe.
Na sua preparação para a Copa
de 2006, a seleção brasileira correu o mundo, mas deixou de fora
a cidade que é o seu berço.
Com o confronto de hoje em
Abu Dhabi, o time nacional acumula passagens por 24 países depois da conquista do pentacampeonato -alguns, como Haiti,
Nigéria, Croácia e Emirados, foram visitados pela primeira vez.
Nunca um ciclo para um Mundial teve tantas escalas internacionais. O recorde anterior, na Copa
passada, era de 21 nações.
A internacionalização chega
com um fato melancólico para os
cariocas. Pela primeira vez, o Brasil vai para uma Copa sem ter feito
nem um jogo sequer nos quatro
anos anteriores no Rio de Janeiro,
cidade onde a equipe mais partidas fez até hoje. Isso atuando nas
eliminatórias em que o time mais
rodou pelo país -os nove jogos
como mandante ocorreram em
Estados diferentes.
O carioca Ronaldo foi o único
que tornou público o seu descontentamento pela falta do Rio na
agenda da seleção. Ele fez lobby
para levar o jogo contra a Argentina pelas eliminatórias, em 2004,
para a cidade, mas Belo Horizonte
acabou ficando com o mais nobre
confronto sul-americano.
Consultada pela Folha, a assessoria da CBF diz ser impossível a
realização, pelo cenário atual, de
um simples amistoso no Rio de
Janeiro antes do embarque para a
Alemanha -o time tem apenas
um jogo preparatório marcado
para 2006, e ele deve ser realizado
na Europa, em março próximo (a
Bélgica já anunciou interesse, e seria assim a 25ª escala internacional da equipe).
Assim, o Maracanã, que está em
reformas, continuará fora do roteiro de seu mais famoso hóspede.
Em seu lugar, entram campos
modernos, como o de Abu Dhabi,
cotas milionárias e adversários
que muitas vezes tem jogadores
que mais parecem fãs dos astros
brasileiros -ontem, os atletas
dos Emirados Árabes "invadiram" o gramado antes do fim do
treino para tirar fotos com Ronaldinho e companhia.
Os organizadores prometem
casa cheia, mas ontem, no único
treino do time, as arquibancadas
do suntuoso estádio Zayed estavam vazias, fato raro nos últimos
jogos da seleção, tanto no Brasil
como no exterior.
Os árabes terão a oportunidade
de ver novamente uma formação
do "quarteto mágico" de Carlos
Alberto Parreira que os cariocas
ainda não puderam ver ao vivo.
"Vou manter o time e o esquema [com a entrada Robinho no
lugar do lesionado Ronaldo]", declarou Parreira, que voltou a se
queixar do adiamento do amistoso de terça contra um combinado
do Kuait. "Com os dois jogos, poderia observar 18 ou 19 jogadores.
Agora, não", afirmou o treinador,
que assim deve dar poucas chances ao atacante Fred, que luta para
conquistar a vaga de reserva da
posição que era até pouco tempo
de Ricardo Oliveira, que sofreu
uma grave lesão. "Esse jogo é importante para quem busca uma
vaga na Copa", reconhece Kaká.
O confronto de hoje é o último
do Brasil em 2005.
Depois da partida, as atenções
de Parreira se voltam para o sorteio dos grupos da Copa, marcado
para 9 de dezembro, em Leipzig,
na parte oriental da Alemanha.
"Para mim, a Copa começa com
o sorteio, quando você conhece os
rivais e já pode fazer projeções de
cruzamentos. Tomara que tenhamos sorte e peguemos um ou dois
adversários que com certeza sabemos que vamos vencer", completou o treinador da seleção.
NA TV - Globo, ao vivo, às
15h30
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