São Paulo, sábado, 12 de novembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Seleção joga nos Emirados Árabes, 24º país visitado desde a Copa, num ciclo que pela 1ª vez não contemplou o Rio

No deserto, Brasil consagra maior turnê

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A ABU DHABI

Na paisagem desértica do Oriente Médio, como hoje, às 15h30, contra os Emirados Árabes Unidos. No extremo oriente, na África Negra, em toda a América do Sul e até no Caribe.
Na sua preparação para a Copa de 2006, a seleção brasileira correu o mundo, mas deixou de fora a cidade que é o seu berço.
Com o confronto de hoje em Abu Dhabi, o time nacional acumula passagens por 24 países depois da conquista do pentacampeonato -alguns, como Haiti, Nigéria, Croácia e Emirados, foram visitados pela primeira vez.
Nunca um ciclo para um Mundial teve tantas escalas internacionais. O recorde anterior, na Copa passada, era de 21 nações.
A internacionalização chega com um fato melancólico para os cariocas. Pela primeira vez, o Brasil vai para uma Copa sem ter feito nem um jogo sequer nos quatro anos anteriores no Rio de Janeiro, cidade onde a equipe mais partidas fez até hoje. Isso atuando nas eliminatórias em que o time mais rodou pelo país -os nove jogos como mandante ocorreram em Estados diferentes.
O carioca Ronaldo foi o único que tornou público o seu descontentamento pela falta do Rio na agenda da seleção. Ele fez lobby para levar o jogo contra a Argentina pelas eliminatórias, em 2004, para a cidade, mas Belo Horizonte acabou ficando com o mais nobre confronto sul-americano.
Consultada pela Folha, a assessoria da CBF diz ser impossível a realização, pelo cenário atual, de um simples amistoso no Rio de Janeiro antes do embarque para a Alemanha -o time tem apenas um jogo preparatório marcado para 2006, e ele deve ser realizado na Europa, em março próximo (a Bélgica já anunciou interesse, e seria assim a 25ª escala internacional da equipe).
Assim, o Maracanã, que está em reformas, continuará fora do roteiro de seu mais famoso hóspede. Em seu lugar, entram campos modernos, como o de Abu Dhabi, cotas milionárias e adversários que muitas vezes tem jogadores que mais parecem fãs dos astros brasileiros -ontem, os atletas dos Emirados Árabes "invadiram" o gramado antes do fim do treino para tirar fotos com Ronaldinho e companhia.
Os organizadores prometem casa cheia, mas ontem, no único treino do time, as arquibancadas do suntuoso estádio Zayed estavam vazias, fato raro nos últimos jogos da seleção, tanto no Brasil como no exterior.
Os árabes terão a oportunidade de ver novamente uma formação do "quarteto mágico" de Carlos Alberto Parreira que os cariocas ainda não puderam ver ao vivo.
"Vou manter o time e o esquema [com a entrada Robinho no lugar do lesionado Ronaldo]", declarou Parreira, que voltou a se queixar do adiamento do amistoso de terça contra um combinado do Kuait. "Com os dois jogos, poderia observar 18 ou 19 jogadores. Agora, não", afirmou o treinador, que assim deve dar poucas chances ao atacante Fred, que luta para conquistar a vaga de reserva da posição que era até pouco tempo de Ricardo Oliveira, que sofreu uma grave lesão. "Esse jogo é importante para quem busca uma vaga na Copa", reconhece Kaká.
O confronto de hoje é o último do Brasil em 2005.
Depois da partida, as atenções de Parreira se voltam para o sorteio dos grupos da Copa, marcado para 9 de dezembro, em Leipzig, na parte oriental da Alemanha.
"Para mim, a Copa começa com o sorteio, quando você conhece os rivais e já pode fazer projeções de cruzamentos. Tomara que tenhamos sorte e peguemos um ou dois adversários que com certeza sabemos que vamos vencer", completou o treinador da seleção.


NA TV - Globo, ao vivo, às 15h30


Texto Anterior: Futebol: CBF esquece título do Corinthians, e São Paulo tripudia
Próximo Texto: O personagem: Parreira fala em seguir técnico, se tiver proposta
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.