São Paulo, Domingo, 12 de Dezembro de 1999


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FUTEBOL
Atlético-MG e Corinthians estão entre as equipes menos faltosas e mais disciplinadas da competição
Final do Brasileiro consagra "fair play"

da Reportagem Local
e do enviado a Belo Horizonte

No Campeonato Brasileiro marcado pela violência, duas equipes disciplinadas e pouco faltosas vão disputar a final.
O Atlético-MG tem a segunda menor média de faltas cometidas -24,2 por jogo. O Corinthians é o quinto menos faltoso -média de 25,4 infrações por partida.
No geral, cada time faz uma média de 28 faltas por jogo.
Os dois finalistas do Nacional também evitaram reclamações contra a arbitragem e, consequentemente, tiveram poucos jogadores advertidos com o cartão vermelho (veja quadro abaixo).
No Corinthians, que teve apenas dois jogadores expulsos, o único problema grave disciplinar aconteceu com o volante Rincón, que foi suspenso por dar uma cotovelada no atacante Leandro Machado, do Flamengo.
"Acho que é a postura do treinador que faz a gente jogar na bola", diz Márcio Costa, zagueiro corintiano que tem média de apenas 0,5 falta cometida por jogo.
As declarações do jogador, porém, são contestadas pelo próprio Oswaldo de Oliveira, treinador do time paulista, que no ano passado teve Gamarra, eleito melhor jogador do Campeonato Brasileiro com suas sequências de até cinco jogos sem cometer faltas.
"Em alguns momentos, eu até falei para os atletas procurarem interceptar mais as jogadas do adversário", afirma Oliveira, que não considera toda falta sinônimo de violência.
Para Galván, zagueiro argentino do Atlético-MG, que teve apenas três jogadores expulsos, quando um time está entrosado não precisa fazer faltas. "A defesa que se posiciona bem e coordena sua movimentação, só vai fazer falta como última hipótese. Se o meio-de-campo também estiver entrosado, aí o time vai sempre liderar a lista do fair play", afirma.
Segundo ele, sua trajetória no Atlético-MG está derrubando a fama de que todo zagueiro argentino é violento.
"Eu sei que existe isso no Brasil. Vejo porque os árbitros prestam muita atenção em mim. E, desde que me envolvi na briga que interditou o estádio Independência (jogo contra o Vitória, na fase de classificação), procuro não fazer falta. É o meu estilo", diz Galván.
O atleta argentino aponta os contra-exemplos de Guarani e Ponte Preta, que fizeram boa campanha na primeira fase na base da forte marcação e das faltas, mas foram eliminados nas quartas-de-final.
No jogo de hoje, o Atlético-MG vai procurar ser ainda mais cuidadoso. A equipe teme cometer faltas perto de sua área, criando oportunidades para as cobranças do meia-atacante corintiano Marcelinho. (PC, FV e RB)


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