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BASQUETE
Tricampeã pelo Houston Comets, a ala brasileira busca privilégios na renovação de seu contrato
Janeth quer extra para jogar na WNBA
LUÍS CURRO
da Reportagem Local
A ala Janeth Arcain, 30, revelou
que deseja ganhar mais para jogar
na WNBA no ano que vem.
Tricampeã pelo Houston Comets, a atleta da seleção brasileira,
cestinha do Mundial-98, na Alemanha, afirmou que só acertará
um novo contrato caso o time
concorde em lhe dar alguns privilégios concedidos às mais famosas -como Cynthia Cooper, Tina
Thompson e Sheryl Swoopes.
"Quero ver alguns valores financeiros. A WNBA me paga um
salário, mas eu quero que o time
me pague um pouco mais", disse
a atleta da Arcor/Santo André,
que hoje decide o Sul-Americano
de clubes contra o Paraná.
Janeth afirmou que nesta temporada recebeu um salário de US$
60 mil para jogar três meses na
versão feminina da NBA, liga profissional norte-americana.
Descontados os impostos e feita
a conversão para a moeda brasileira, daria um total de R$ 82 mil.
De acordo com a jogadora, é um
salário intermediário na liga -o
mínimo seria de US$ 25 mil, e o
máximo, de US$ 90 mil.
Mark Pray, diretor de comunicações da WNBA, informou que o
salário mínimo para novatas é
US$ 25 mil (US$ 30 mil para veteranas) e que não há um "máximo" preestabelecido.
Entretanto, segundo Janeth, é
prática comum jogadoras de alto
nível receberem "por fora" de
seus times -por aparições em
eventos comerciais, como clínicas, tarde de autógrafos etc.
"É fácil arranjarem isso para
mim, basta ter vontade", disse Janeth, que não revelou o quanto de
dinheiro "extra" deseja ganhar.
"Algumas jogadoras realmente
têm contratos de "serviços pessoais" na liga, também sujeitos a
impostos", disse Mark Pray.
Janeth afirmou que irá fazer a
exigência, e não só essa, porque
2000 é um ano olímpico.
Seria um preço justo para se
afastar, por três meses, da preparação da seleção brasileira para os
Jogos de Sydney.
Titular
Uma outra exigência é a vaga de
titular na equipe, que já estaria
previamente combinada com o
treinador dos Comets, Van Chancellor. Janeth disse que tomará a
vaga da armadora Sonja Henning.
A brasileira é ala, mas devido à
concorrência de Thompson e
Swoopes, pouco conseguiu, nos
últimos dois anos, jogar em sua
posição original nos EUA.
"Neste ano, ele (Chancellor) só
não me colocou como titular por
superstição, porque a outra (Henning) tinha começado jogando o
campeonato. Coisa dele."
Na série decisiva do campeonato deste ano, contra o New York
Liberty, realmente, apesar de começar na reserva, Janeth ficou em
quadra mais tempo (média de 26
minutos por partida) do que
Henning (22).
A jogadora brasileira fala tudo
isso sem saber se os Comets têm
interesse em continuar com ela
em 2000. Até quarta-feira, a equipe selecionará cinco atletas para
serem "protegidas", ou seja, impedidas de ser negociadas com
outros times.
O departamento de imprensa
da equipe informou que o técnico
Chancellor ainda não havia divulgado quais são as "protegidas".
Mas a jogadora tem certeza de
que estará na lista, devido à grande importância tática que tem para a equipe. E o próprio Van
Chancellor já admitiu isso.
"Janeth é a jogadora mais importante do time, não há sombra
de dúvida. Ele é boa na defesa e
joga em quatro posições. Tem
significado muito para essa equipe", declarou o treinador.
Por isso, Janeth afirmou acreditar ter "cartas na mão" para fazer
exigências.
"Para ele (Chancellor) é muito
cômodo, pois jogo em todas (as
posições). Mas agora quero ser titular e ganhar mais. Ou, mesmo
me "protegendo", posso não ir. Ou
trocar de time."
Já há propostas, disse ela, que
tem uma empresária nos EUA
cuidando de sua carreira, de Portland, Miami e Sacramento -os
dois primeiros, times que vão estrear na liga no ano que vem.
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