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VÔLEI
Federação muda critérios de escolha para moralizar votação popular, mas altera três vezes data do anúncio oficial
Brasil é excluído dos melhores do século
ERICH BETING
DA REPORTAGEM LOCAL
A FIVB (Federação Internacional de Vôlei) decidiu moralizar a
votação dos melhores do século e
deixou de lado o Brasil. Depois de
receber, durante quase um ano,
votos via Internet e fax, a entidade
preferiu deixar de lado a opinião
popular e montou um júri para
escolher quem, tecnicamente, foram os melhores do século.
A eleição pela Internet resultou
no mesmo problema que a Fifa,
entidade máxima do futebol, teve
para escolher o seu melhor jogador do século -o voto popular
acabou consagrando o ex-meia
argentino Diego Maradona como
o melhor, enquanto a entidade
acreditava ser o brasileiro Pelé o
jogador do século. Para evitar a
gafe, a Fifa optou pela divisão do
prêmio, o que acabou desmoralizando a escolha da federação.
Foram mais de 10 mil votos recebidos desde o começo do ano
até o dia 27 de novembro pela
FIVB, que previa fazer a escolha a
partir da decisão popular dos melhores jogadores, seleções e treinadores do século do masculino e
do feminino. Porém o resultado
desta eleição não correspondeu
com o que havia sido idealizado
pela entidade -o argentino Julio
Velasco, por exemplo, treinador
da Itália entre 1990 e 1996, não ficou entre os quatro mais votados
técnicos de seleções masculinas.
Para redimir o erro, a FIVB escolheu um júri de 12 pessoas, que
decidiu, entre os mais votados pelos torcedores, aqueles que seriam
os melhores segundo os critérios
determinados pela entidade.
Com isso, o Brasil, que estava
entre os finalistas nas seis categorias da votação (Renan, Fernanda
Venturini, Bernardinho, Zé Roberto e as seleções masculina de
92 e 93 e feminina de 94 a 96), não
conseguiu ter um ganhador.
Para não desprezar por completo o voto dos torcedores, o júri optou por criar prêmios de menção
honrosa àqueles que considerava
também merecedores do título de
melhor do século. Assim, Velasco,
que antes da votação era considerado pela entidade o principal favorito ao prêmio de melhor treinador, recebeu menção honrosa.
Apesar de conseguir moralizar a
escolha dos melhores do século,
não cometendo muitas injustiças,
a FIVB saiu desacreditada por toda a confusão de mudanças de datas e critérios para a premiação.
A data em que seriam revelados
os vencedores foi alterada três vezes. O anúncio oficial, que deveria
ter sido feito em 28 de novembro,
havia sido adiado para hoje, para
que o júri da FIVB pudesse fazer a
escolha técnica dos melhores levando em consideração os resultados da votação popular.
Enfim a entidade preferiu antecipar o resultado, e ontem o júri
técnico se reuniu para definir os
seus escolhidos e fazer o anúncio.
Além disso, a idéia inicial da entidade era utilizar a votação da Internet para eleger o melhor treinador, enquanto um júri com nove pessoas escolheria os vencedores das outras categorias.
Os eleitos pela FIVB receberão o
prêmio em março do ano que
vem, em uma cerimônia em Paris.
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