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FUTEBOL
Parreira estimula atletas e põe time reserva para jogar como o Santos
Após reunião, Corinthians se motiva e faz simulação
EDUARDO ARRUDA
RODRIGO BUENO
ENVIADOS ESPECIAIS A EXTREMA
Fora de campo, um bom papo.
Dentro de campo, uma correria.
Essa foi a fórmula encontrada
pelo técnico Carlos Alberto Parreira para preparar o Corinthians
para a segunda e decisiva partida
da final do Brasileiro contra o
Santos, domingo, no Morumbi.
Anteontem à noite, o treinador
teve reunião com os atletas em
Extrema, cidade mineira em que
o time foi se concentrar para a sua
última partida da temporada.
"A reunião foi muito proveitosa
porque deu para recuperar emocionalmente o time. Na segunda-feira, senti que alguns jogadores
estavam um pouco abatidos. Mas
isso já mudou. O mais importante
nessa hora é não perder o entusiasmo para trabalhar. A maior
motivação é o sucesso. No nosso
caso, é o título", disse Parreira.
Poucos jogadores falaram na
reunião. Só o capitão Fábio Luciano e o volante Vampeta, um líder
na equipe, teriam feito valer suas
vozes. "Na reunião, falamos de
como a temporada foi boa e que
seria bom fecharmos com chave
de ouro. Se conquistarmos esse título, será o mais difícil que já ganhei aqui", disse Vampeta, que
ressaltou de novo que comerá
moqueca de peixe nas férias. "Ganhando ou perdendo, comerei."
O atacante Guilherme disse que
a reunião de anteontem foi um
teste. "Foi uma reunião muito rápida. Acho que ele [Parreira] quis
testar a confiança dos jogadores.
A palavra-chave agora é confiança. A única coisa que eu posso dizer após essa reunião é que o time
está fechado", afirmou o jogador.
Parreira, reconhecidamente um
técnico mais estrategista que motivador, passou a falar bastante
em energia positiva. "O jogo de
domingo é o mais fácil para motivar os jogadores. É ganhar ou ganhar. Não tem prorrogação, não
tem disputa de pênaltis. Estamos
em Extrema para acumular energia, saber o que deve ser feito."
Os jogadores estão buscando
forças também na imagem de torcedores comprando ingressos.
"Isso mostra que o torcedor está
confiante. Nosso time é aguerrido. Nós não vamos perder a confiança", declarou o atacante Gil.
O Corinthians precisa vencer
por no mínimo dois gols de diferença para ser campeão, o que, segundo Parreira, faz o favorito ao
título ser o Santos. "Eles têm uma
vantagem de dois gols e estão fazendo um bom mata-mata."
Os elogios ao rival de certa forma foram levados ao treino corintiano ontem. Parreira fez o time
reserva simular a equipe de Leão.
A idéia era fazer com que os titulares conseguissem superar a forte marcação santista, uma das
principais razões para os 2 a 0 que
o rival obteve no último domingo.
Depois, Parreira ainda pediu
aos titulares que marcassem a saída de bola dos reservas.
"Temos que ser mais ousados
nesse jogo. Vamos entrar com o
botijão de gás cheio no domingo.
Se o jogo ficar 0 a 0 até os 15 ou 20
minutos do segundo tempo, ainda dá. Mas, se tomarmos um gol,
aí complica", disse Parreira.
O retorno de Fabinho ao meio-campo é uma das apostas corintianas para a virada na decisão. O
volante deverá ser o principal responsável pela marcação em Diego, meia que é destaque santista.
"Tenho o apoio dos meus companheiros e vou com força total.
Não serei apenas eu que vou marcar o Diego porque não fazemos
marcação homem a homem. Se
ele cair no meu setor, aí vou marcá-lo. A vitória só depende da
gente. Se Deus quiser, esse título
será nosso", disse Fabinho.
Ontem, o lateral Rogério e o atacante Deivid não treinaram. Eles
se recuperam de lesões no tornozelo, mas vão jogar na decisão.
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