São Paulo, quinta-feira, 12 de dezembro de 2002

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FUTEBOL

Parreira estimula atletas e põe time reserva para jogar como o Santos

Após reunião, Corinthians se motiva e faz simulação

EDUARDO ARRUDA
RODRIGO BUENO
ENVIADOS ESPECIAIS A EXTREMA

Fora de campo, um bom papo. Dentro de campo, uma correria.
Essa foi a fórmula encontrada pelo técnico Carlos Alberto Parreira para preparar o Corinthians para a segunda e decisiva partida da final do Brasileiro contra o Santos, domingo, no Morumbi.
Anteontem à noite, o treinador teve reunião com os atletas em Extrema, cidade mineira em que o time foi se concentrar para a sua última partida da temporada.
"A reunião foi muito proveitosa porque deu para recuperar emocionalmente o time. Na segunda-feira, senti que alguns jogadores estavam um pouco abatidos. Mas isso já mudou. O mais importante nessa hora é não perder o entusiasmo para trabalhar. A maior motivação é o sucesso. No nosso caso, é o título", disse Parreira.
Poucos jogadores falaram na reunião. Só o capitão Fábio Luciano e o volante Vampeta, um líder na equipe, teriam feito valer suas vozes. "Na reunião, falamos de como a temporada foi boa e que seria bom fecharmos com chave de ouro. Se conquistarmos esse título, será o mais difícil que já ganhei aqui", disse Vampeta, que ressaltou de novo que comerá moqueca de peixe nas férias. "Ganhando ou perdendo, comerei."
O atacante Guilherme disse que a reunião de anteontem foi um teste. "Foi uma reunião muito rápida. Acho que ele [Parreira] quis testar a confiança dos jogadores. A palavra-chave agora é confiança. A única coisa que eu posso dizer após essa reunião é que o time está fechado", afirmou o jogador.
Parreira, reconhecidamente um técnico mais estrategista que motivador, passou a falar bastante em energia positiva. "O jogo de domingo é o mais fácil para motivar os jogadores. É ganhar ou ganhar. Não tem prorrogação, não tem disputa de pênaltis. Estamos em Extrema para acumular energia, saber o que deve ser feito."
Os jogadores estão buscando forças também na imagem de torcedores comprando ingressos.
"Isso mostra que o torcedor está confiante. Nosso time é aguerrido. Nós não vamos perder a confiança", declarou o atacante Gil.
O Corinthians precisa vencer por no mínimo dois gols de diferença para ser campeão, o que, segundo Parreira, faz o favorito ao título ser o Santos. "Eles têm uma vantagem de dois gols e estão fazendo um bom mata-mata."
Os elogios ao rival de certa forma foram levados ao treino corintiano ontem. Parreira fez o time reserva simular a equipe de Leão. A idéia era fazer com que os titulares conseguissem superar a forte marcação santista, uma das principais razões para os 2 a 0 que o rival obteve no último domingo.
Depois, Parreira ainda pediu aos titulares que marcassem a saída de bola dos reservas.
"Temos que ser mais ousados nesse jogo. Vamos entrar com o botijão de gás cheio no domingo. Se o jogo ficar 0 a 0 até os 15 ou 20 minutos do segundo tempo, ainda dá. Mas, se tomarmos um gol, aí complica", disse Parreira.
O retorno de Fabinho ao meio-campo é uma das apostas corintianas para a virada na decisão. O volante deverá ser o principal responsável pela marcação em Diego, meia que é destaque santista.
"Tenho o apoio dos meus companheiros e vou com força total. Não serei apenas eu que vou marcar o Diego porque não fazemos marcação homem a homem. Se ele cair no meu setor, aí vou marcá-lo. A vitória só depende da gente. Se Deus quiser, esse título será nosso", disse Fabinho.
Ontem, o lateral Rogério e o atacante Deivid não treinaram. Eles se recuperam de lesões no tornozelo, mas vão jogar na decisão.


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