São Paulo, terça, 13 de janeiro de 1998.



Próximo Texto | Índice

FUTEBOL
Empresa e Palmeiras apresentaram ontem quatro reforços para 98: Paulo Nunes, Arce, Arílson e Lauro
Parmalat atinge a 50ª contratação

ALEXANDRE GIMENEZ
da Reportagem Local

Com a vinda do volante Lauro, do Juventude, a multinacional italiana Parmalat chega a cinco dezenas de contratações em seis anos de co-gestão com o Palmeiras.
A lista traz jogadores que viraram ídolos e se projetaram internacionalmente. Mas também promessas frustradas, coisa em que Lauro não quer se transformar.
"Só espero corresponder por estar nessa lista como o número 50. Quero que tudo que desejo se torne realidade", disse o jogador, apresentado oficialmente ontem, na sala de troféus do Parque Antarctica, junto com o atacante Paulo Nunes, o lateral-direito Arce e o meia Arílson.
Lauro só entrou na lista como o 50º porque não pôde ser localizado pela empresa. Sua contratação foi divulgada só no domingo à noite, enquanto Arílson e Arce foram anunciados na sexta-feira.
Lauro, que não tem telefone celular, estava de férias em Caraguatatuba, litoral norte de São Paulo.
Ele imagina ter um sucesso como o de Mazinho ou Mancuso, também volantes que foram trazidos ao Palmeiras pela multinacional.
Os exemplos de sucesso não param por aí, incluindo os hoje ídolos internacionais Roberto Carlos, Rivaldo, Flávio Conceição, Edmundo, Cafu e Djalminha.
Mas a Parmalat também entrou em rotundos fiascos, como é o caso de Sorato, Nílson, Lozano, Índio, Sandro Blum e Ósio.

As 50 contratações:
1992 - Mazinho, Edinho, Jean Carlo, Zinho, Maurílio e Sorato; 1993 - Gil Baiano, Cláudio, Antônio Carlos, Cléber, Roberto Carlos, Flávio Conceição, Edmundo e Edílson; 1994 - Fernández, Gustavo, Ricardo, Wágner, Macula, Rincón, Paulo Isidoro, Alex Alves e Rivaldo; 1995 - Cafu, Índio, Mancuso, Ósio, Muller, Nílson e Lozano; 1996 - Sandro, Júnior, Elivélton, Leonardo, Djalminha, Luizão, Marquinhos e Viola; 1997 - Pimentel, Oséas, Júnior Tuchê, Amaral, Zinho, Neném, Alex e Euller; 1998 - Arílson, Arce, Paulo Nunes e Lauro



O atual diretor de futebol da Parmalat, Paulo Russo, prefere desconversar. Ele afirma que os jogadores não estão à disposição da Parmalat, mas do Palmeiras.
"Não sabíamos que com o Lauro chegamos a esse número. O importante é que os jogadores foram bem utilizados pelo Palmeiras. Quando entramos no futebol, não pensávamos em lucrar com transações", afirma Paulo Russo.
Porém o lucro existe. E é considerado normal. "Isso faz parte do negócio. Quem faz um investimento está esperando um retorno", disse Sebastião Lapolla, diretor de futebol do Palmeiras.
O segundo homem na hierarquia da Parmalat, Marcos Bagatella, também fez um balanço das contratações. "Compramos e vendemos muitos bons jogadores nestes anos. Mas, por este semestre, paramos com as transferências."
Bagatella tenta despistar sobre o jogador que seria a 51ª contratação da Parmalat, o meia Fabinho, do Cruzeiro -na transação, entraria o lateral-direito Pimentel.
Em massa
Ontem, a co-gestão Palmeiras-Parmalat fez a mais numerosa apresentação de jogadores de sua história. Foram quatro.
O atacante Paulo Nunes chegou com a esperança que sua atuação em São Paulo o leve à Copa. Mas também criticando o Benfica.
"Ainda quero jogar no futebol europeu. Afinal, não considero Portugal como Europa", afirmou o atacante Paulo Nunes, chateado com o atraso de seus salários e prêmios por parte sua ex-equipe.
Já o meia Arílson prometeu não repetir os erros do passado, como o abandono da concentração da seleção no último Pré-Olímpico.
"Isso já passou. Se fosse hoje, não faria o mesmo. Agora, sou outro jogador", afirmou.
Por seu lado, o lateral paraguaio Arce se preocupa em como conciliar o seu novo time e a preparação da seleção de seu país para a Copa da França. "Ainda bem que o Paraguai cancelou um amistoso que tinha em janeiro", disse.


Colaborou Rodrigo Bertolotto, da Reportagem Local


Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.