São Paulo, terça, 13 de janeiro de 1998.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pacheco culpa Rodrigo por confusão

da Reportagem Local

O presidente da Lusa, Manuel Pacheco, atribuiu a Rodrigo a polêmica negociação do jogador com o Real Madrid (Espanha), que levou o dirigente a pedir a renúncia do cargo, decisão revista depois.
Segundo Pacheco, quando da vigência da prioridade do Real Madrid para a compra do seu passe, Rodrigo afirmara que não iria para aquele time "de jeito nenhum".
Além disso, o atleta já tinha firmado um pré-contrato com o La Coruña, que passaria a valer a partir do dia 3 de janeiro de 98.
A prioridade do Real Madrid valia até 31 de dezembro de 97.
O La Coruña reivindica agora na Fifa a compra de Rodrigo, baseado nesse pré-contrato, e tenta invalidar a venda ao Real Madrid.
"Como o Real não pagara uma das parcelas (US$ 500 mil) da compra do Zé Roberto, nós denunciamos na Fifa e na Federação Espanhola e entendíamos que a prioridade tinha sido perdida. Assim, fizemos um contrato com o La Coruña que batia com o que ele tinha feito", justificou-se o dirigente.
Enquanto o Real Madrid tinha prioridade para comprá-lo por US$ 10 milhões, o La Coruña oferecia US$ 15 milhões.
"Depois, para nossa total surpresa, o discurso dele foi totalmente mudado", completou.
O procurador de Rodrigo, Fernando César, a quem Pacheco igualmente atribui declarações de que Rodrigo não tinha interesse em jogar no Real Madrid, prefere não se manifestar sobre o assunto.
"Eu não vou polemizar. É passado; só interessa aos historiadores."
Os dirigentes do clube madrileno depositaram o dinheiro no dia 30 de dezembro.
Pelo modo como repercutiu a negociação, o presidente optou pela renúncia. Depois, voltou atrás e pediu uma reunião do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) para investigação da venda.
O dirigente afirma ter provas suficientes de que a venda atende às exigências do COF, que estipulara em US$ 15 milhões o valor mínimo para negociação do jogador.
"Ou US$ 11 milhões líquidos. O Real depositou US$ 8 milhões, e nós recebemos em definitivo o Evandro, que representa US$ 2,5 milhões, e o empréstimo do Bruno Quadros, o que representa outros US$ 500 mil", afirma o dirigente."
Além disso, o presidente diz ter outra carta na manga.
"A partir de 1º de janeiro, todos os clubes passaram a pagar Imposto de Renda. Com o valor que teríamos que pagar, caso vendêssemos o Rodrigo para o La Coruña, a diferença para o valor que o Real pagou era quase inexistente."
O meia Evandro apresentou-se ontem. Nos próximos dias, outro reforço chegará ao clube, bancado pela Federação Paulista de Futebol. O mais provável é que seja o atacante Evair, que foi campeão brasileiro pelo Vasco.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.