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OUTDOORS
Turbina aquática
Com mais de 30 anos de história, as embarcações pessoais, também
conhecidas no mundo como jet-skis, superam os custos e as ameaças
VANER VENDRAMINI
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de um crescimento assombroso no início da década de
90, o jet-ski mundial consegue se
manter vivo depois das ameaças
de ser banido de algumas praias e
lagos, principalmente nos EUA.
No Brasil, país em que o jet-ski
ainda é muito caro, acontece neste final de semana o 14ª Campeonato Nacional da modalidade.
A busca pela "moto aquática"
teve início na década de 60, quando Laurent Beaudoin buscava
criar a versão aquática do então já
consagrado snowmobile Ski-Doo, um tipo de trenó motorizado que sua empresa produzia.
Na época, Beaudoin comandava a canadense Bombardier, a
mesma que atualmente concorre
com a Embraer no mercado de
aviões regionais.
O modelo inicial nasceu da
união da idéia de Beaudoin com o
motor proposto pelo norte-americano Clayton Jacobsen 2º, entusiasta do motocross que desenvolveu o projeto da turbina. Na
época, Jacobsen já planejava um
modelo para navegação em pé.
Em 1967, a Bombardier comprou o projeto de Jacobsen e lançou o primeiro jet-ski usando um
modelo modificado para um piloto sentado- nascia o See-Doo.
Porém, por problemas na conservação do produto, a produção
dos See-Doos foi congelada em
1970. De novo com seu projeto
debaixo do braço, Jacobsen bateu
à porta da Kawasaki, e o primeiro
jet-ski chegou ao mercado em
1973. O nome jet-ski é propriedade da Kawasaki, e a sigla PWC
(personal watercraft) é usada para
representar os dois tipos de embarcação pessoal, com o piloto
sentado ou em pé.
O jet-ski da Kawasaki saiu de fábrica em sua estréia com um motor de 400 cilindradas e usando o
modelo de coluna flexível como
suporte para o guidão, o projeto
original de Jacobsen.
O retorno do See-Doo nasceu
das mãos de um ex-funcionário
da Bombardier. Giles Houde, que
havia trabalhado no projeto inicial, desenvolveu uma versão
aprimorada, e o See-Doo voltou
ao mercado em 1988.
Além de permitir mais conforto, os modelos que levavam pessoas sentadas se mostraram mais
estáveis e fáceis de dirigir do que
os que levavam os pilotos em pé.
Com o desenvolvimento da tecnologia envolvida na produção, o
preço caiu, a qualidade melhorou
e se diversificou, e a popularidade
do jet-ski aumentou -mas também o número de acidentes.
Segundo informações da National Marine Manufacturers Association, associação norte-americana da indústria naval, as vendas
dos jet-skis, nos EUA, passaram
de 72 mil unidades, em 1990, para
200 mil em 1995, um aumento de
cerca de 180%.
No mesmo período, as estatísticas da Guarda Costeira dos EUA
indicaram um crescimento de
quase 250% no número de acidentes envolvendo -de 1.162 para 4.028 ocorrências.
As vendas, porém, caíram pela
metade nos últimos cinco anos, e
o número de jet-skis vendidos nos
EUA no ano passado ficou em 106
mil unidades, fechando o milênio
com uma estimativa de 1 milhão
de jet-skis em atividade.
O número de acidentados também caiu -em 1998, 1.743 acidentes náuticos envolveram embarcações pessoais nos EUA.
Influenciada por uma pesquisa
realizada no começo do ano passado pela American Academy of
Pediatrics, associação norte-americana de pediatria, a Pwia (Personal Watercraft Industry Association) passou a indicar o limite de
16 anos como idade mínima requerida para pilotar um jet-ski.
Segundo o piloto Douglas Carvalho, o principal problema de segurança no esporte é a direção
não habilitada.
"O jet-ski não tem culpa de nada. Sozinho ele nem liga", declarou o piloto, depois de afirmar
que a maioria dos acidentes acontece com equipamentos alugados
ou com jet-skis comandados por
pessoas não habilitadas.
No Brasil, apenas os maiores de
18 anos podem conseguir a habilitação para arrás amador e poder
pilotar legalmente um jet-ski. Para isso, o interessado deve entrar
em contato com alguma escola
preparatória e se inscrever para
uma prova em alguma unidade
da Capitania dos Portos.
E-mail: outdoors@uol.com.br
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