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FUTEBOL
Atletas com mais de 30 anos ganham espaço nos clubes grandes graças às milionárias multas rescisórias dos jovens
Falta de dinheiro deixa veteranos em alta
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Se 2002 acabou com os jovens
em alta, a temporada 2003 começou com os empobrecidos times
do país apostando nos veteranos.
A maioria dos grandes clubes
brasileiros contratou jogadores
que já passaram dos 30 anos.
Se em raros casos, como o do
atacante Romário, 36, que ontem
teve a sua contratação descartada
pelo Flamengo, a opção pelos
trintões é cara, na maioria das vezes a escolha é gerada pelo bom
preço desses atletas.
Enquanto os jogadores mais jovens estão presos aos seus clubes
por longos contratos, o que exige
o pagamento de multas rescisórias milionárias, os veteranos só
exigem o pagamento de salários,
reduzidos em tempos de dureza.
Foi o que aconteceu, por exemplo, com o zagueiro Capone, 30.
Depois de jogar na Turquia, ele ficou sem vínculo com nenhum
clube e não teve dificuldades para
acertar com o Corinthians.
Se a equipe do Parque São Jorge
não contratar mais ninguém, ele
será o único veterano do time.
"Para nós, que temos experiência, o fim do passe foi bom. Para
os jovens, ficou difícil, ninguém
quer pagar multa", disse Capone.
Para o vice-presidente de futebol do Corinthians, Antonio Roque Citadini, gastar grandes somas para bancar rescisões está
longe de ser um bom negócio.
"Se você paga a multa, perde dinheiro porque depois não vende o
jogador", disse Citadini.
No meio das contratações de
pouco impacto que concluiu para
a temporada, o Palmeiras fez sua
maior aposta no meia Adãozinho,
34. Ele vai jogar em um meio-campo que já tem Zinho, 35.
Nos clubes do Rio, a busca pelos
veteranos é ainda maior.
Depois de encerrar seu vínculo
com o futebol japonês, o meia-atacante Marcelinho, 31, acertou
contrato com o Vasco.
O clube de São Januário também contratou o goleiro Flávio,
32, para substituir Hélton, 24, que
foi titular da seleção olímpica e
preferiu jogar em Portugal.
Com alguns de seus jogadores,
como os atacantes Roni e Magno
Alves, buscando o caminho da
Justiça para deixar o clube, o Fluminense já incorporou ao seu
elenco dois trintões.
O primeiro a chegar foi o volante Djair, 31, que defendeu o time
na década passada. O clube também apelou a veteranos estrangeiros. Na última sexta-feira, o zagueiro Paulo Madeira, 32, assinou
contrato de um ano.
O Botafogo, que vai disputar a
segunda divisão do Nacional em
2003, trouxe o volante Fernando,
35, que estava no Juventude.
Experiência na Libertadores
Além do Corinthians, outros times que vão disputar a próxima
Libertadores também se reforçaram com atletas que estão mais
perto da aposentadoria.
Para melhorar o desempenho
de seu ataque, o Grêmio acertou
com o atacante Basílio, 30. Já o
Paysandu, estreante da competição sul-americana, contratou o
atacante Robson, 32, que também
era pretendido pelo Santos.
Entre os clubes que preferiram
apostar em jogadores mais jovens, a fama foi deixada de lado.
O São Caetano, por exemplo,
contratou quase uma dezena de
jogadores com menos de 25 anos.
O rosto mais famoso é o do meia-atacante Marcinho, que defendeu
o Corinthians em 2002.
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