São Paulo, segunda-feira, 13 de janeiro de 2003

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FUTEBOL

Atletas com mais de 30 anos ganham espaço nos clubes grandes graças às milionárias multas rescisórias dos jovens

Falta de dinheiro deixa veteranos em alta

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Se 2002 acabou com os jovens em alta, a temporada 2003 começou com os empobrecidos times do país apostando nos veteranos.
A maioria dos grandes clubes brasileiros contratou jogadores que já passaram dos 30 anos.
Se em raros casos, como o do atacante Romário, 36, que ontem teve a sua contratação descartada pelo Flamengo, a opção pelos trintões é cara, na maioria das vezes a escolha é gerada pelo bom preço desses atletas.
Enquanto os jogadores mais jovens estão presos aos seus clubes por longos contratos, o que exige o pagamento de multas rescisórias milionárias, os veteranos só exigem o pagamento de salários, reduzidos em tempos de dureza.
Foi o que aconteceu, por exemplo, com o zagueiro Capone, 30. Depois de jogar na Turquia, ele ficou sem vínculo com nenhum clube e não teve dificuldades para acertar com o Corinthians.
Se a equipe do Parque São Jorge não contratar mais ninguém, ele será o único veterano do time.
"Para nós, que temos experiência, o fim do passe foi bom. Para os jovens, ficou difícil, ninguém quer pagar multa", disse Capone.
Para o vice-presidente de futebol do Corinthians, Antonio Roque Citadini, gastar grandes somas para bancar rescisões está longe de ser um bom negócio.
"Se você paga a multa, perde dinheiro porque depois não vende o jogador", disse Citadini.
No meio das contratações de pouco impacto que concluiu para a temporada, o Palmeiras fez sua maior aposta no meia Adãozinho, 34. Ele vai jogar em um meio-campo que já tem Zinho, 35.
Nos clubes do Rio, a busca pelos veteranos é ainda maior.
Depois de encerrar seu vínculo com o futebol japonês, o meia-atacante Marcelinho, 31, acertou contrato com o Vasco.
O clube de São Januário também contratou o goleiro Flávio, 32, para substituir Hélton, 24, que foi titular da seleção olímpica e preferiu jogar em Portugal.
Com alguns de seus jogadores, como os atacantes Roni e Magno Alves, buscando o caminho da Justiça para deixar o clube, o Fluminense já incorporou ao seu elenco dois trintões.
O primeiro a chegar foi o volante Djair, 31, que defendeu o time na década passada. O clube também apelou a veteranos estrangeiros. Na última sexta-feira, o zagueiro Paulo Madeira, 32, assinou contrato de um ano.
O Botafogo, que vai disputar a segunda divisão do Nacional em 2003, trouxe o volante Fernando, 35, que estava no Juventude.

Experiência na Libertadores
Além do Corinthians, outros times que vão disputar a próxima Libertadores também se reforçaram com atletas que estão mais perto da aposentadoria.
Para melhorar o desempenho de seu ataque, o Grêmio acertou com o atacante Basílio, 30. Já o Paysandu, estreante da competição sul-americana, contratou o atacante Robson, 32, que também era pretendido pelo Santos.
Entre os clubes que preferiram apostar em jogadores mais jovens, a fama foi deixada de lado.
O São Caetano, por exemplo, contratou quase uma dezena de jogadores com menos de 25 anos. O rosto mais famoso é o do meia-atacante Marcinho, que defendeu o Corinthians em 2002.


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