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FUTEBOL
RODRIGO BUENO
@RodrigoBuenoESP
rodrigo.bueno@grupofolha.com.br
Bairrismo, coleguismo, clubismo e outros "ismos"
NÃO HÁ eleição de melhor que não gere uma polêmica.
A unificação (essa não precisa de aspas) dos prêmios
da Bola de Ouro e da Fifa teve pomposa festa no estilo
das do Oscar, com tapete
vermelho, superprodução e
reunião rara de estrelas.
Mas uma análise mais
profunda dos votos sugere
que há bairrismo, coleguismo e outros "ismos" na avaliação de alguns julgadores
(sempre dizem nos desfiles
das escolas de samba "que
ninguém sabe o que passa
na cabeça dos jurados").
Contei 27 votos "diferenciados" (é moda) para melhor jogador, escolhas de
três nomes que não são os
de Messi, Iniesta e Xavi, os
três melhores oficialmente.
Um desses votos "alternativos" foi o de Stankovic,
da Inter. Para o capitão da
Sérvia, o melhor de 2010 foi
Sneijder. OK. O segundo melhor foi Eto'o. OK. E o terceiro melhor foi Maicon. OK.
Os três jogam na Inter, multicampeã. E, claro, são colegas de clube de Stankovic.
Um votante colocou Gyan
Asamoah, astro de Gana,
como melhor do mundo. O
eleitor foi o representante
da imprensa do Chade (Eric
Topona). Além dele, cravaram Gyan entre os três melhores pessoas de Gâmbia,
Maláui, Nigéria, Ruanda,
São Tomé e Príncipe, Senegal, Suazilândia, Tanzânia,
Togo e Uganda. De fora da
África, o ganense só foi lembrado pelo representante
da imprensa do Camboja.
Alguém pode achar que,
como os africanos acompanharam mais o futebol de
Gyan, optaram por ele de
forma justa. Mas há quem
possa ver uma "africanada"
(versão continental para
""cariocada", "paulistada"
e outras "adas"), como o capitão de São Tomé e Príncipe votar em três africanos.
Interpretações também
poderiam ver nesta Bola de
Ouro da Fifa "holandada"
(o capitão de Aruba acha
Sneijder e Robben os dois
melhores), "zagueirada" (o
finlandês Hyypia vê Puyol
como o número 1) etc.
No fim, venceu O melhor.
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