São Paulo, quarta, 13 de janeiro de 1999 |
Próximo Texto | Índice FUTEBOL Treinador não tem mais vínculo oficial com clube, mas vai dar consultoria em troca de perdão de multa Luxemburgo vira sombra no Corinthians
MAÉRCIO SANTAMARINA da Reportagem Local O treinador Wanderley Luxemburgo será apenas consultor do Corinthians a partir de agora. Ele deixou ontem o cargo de técnico, que ocupava no clube desde dezembro de 97, para exercê-lo com exclusividade na seleção, mantendo o acordo que havia feito com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em agosto de 98. O auxiliar técnico do Corinthians e da seleção, Oswaldo de Oliveira, será o novo treinador do clube, indicado por Luxemburgo. Em troca da assessoria que Luxemburgo dará ao Corinthians, o clube e o banco espanhol Bilbao Vizcaya, que dividiam o pagamento do salário de R$ 220 mil do treinador, devem perdoá-lo da multa de R$ 2,5 milhões pela rescisão de seu contrato, que tinha validade até o final deste ano. A CBF, que deveria arcar com essa multa, deve em troca aumentar o salário do treinador, que inicialmente seria de R$ 120 mil mensais. O novo valor não foi revelado. Ninguém falou sobre o assunto ontem na entidade. O presidente Ricardo Teixeira e o interino Alfredo Nunes não foram encontrados na sede da CBF, no Rio. "A partir de agora serei o consultor do Oswaldo. Não vou ter mais nenhuma ligação oficial com o Corinthians, mas também não vou perder o vínculo com o clube. Como o novo técnico é meu auxiliar na seleção, vamos estar em contato direto sempre. Vou estar à disposição do clube", disse Luxemburgo. A primeira medida na nova função, segundo ele, será se reunir com Oliveira para discutir sobre a necessidade de reforços no time. Os oito integrantes da comissão técnica do Corinthians que também fazem parte da seleção vão continuar acumulando as funções. Além de Oliveira, integram a seleção e o Corinthians o supervisor Valdir Joaquim de Moraes, o preparador físico Antônio Mello, o preparador de goleiros Paulo César Gusmão, o auxiliar de preparação física Marcos Moura Teixeira, o médico Joaquim Grava, o fisiologista Renato Lotufo e a psicóloga Suzy Fleury. "O Corinthians lutou junto comigo até o último minuto para que eu continuasse no clube. Gostaria de dar continuidade ao projeto que iniciei, mas chegamos à conclusão, em reunião na CBF, de que as cobranças seriam muitas e poderiam prejudicar a imagem do treinador da seleção. Avaliamos os prejuízos e vimos que não compensava", afirmou Luxemburgo. "Na primeira vez que deixei o Corinthians para dirigir a seleção e o clube perdeu, todo mundo me criticou. Isso iria ocorrer com frequência, e eu não estaria aqui para me defender porque meu envolvimento com a seleção teria que ser maior neste ano", disse. O Corinthians havia aceitado fazer todas as concessões à CBF para ter Luxemburgo pelo menos para a Taça Libertadores da América. "Essa foi a melhor solução encontrada. A garantia dessa consultoria de Luxemburgo dá a certeza de que o trabalho terá continuidade", afirmou o diretor remunerado de futebol do Corinthians, Luiz Henrique de Menezes. Próximo Texto | Índice |
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