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BASQUETE
Jogador da NBA que revolucionou o esporte, dentro e fora dos ginásios, anuncia hoje a sua aposentadoria
No auge, Jordan diz adeus às quadras
da Reportagem Local
Michael Jordan, 35, superastro
do basquete, anuncia hoje à tarde a
sua aposentadoria.
Ícone da sociedade mais rica, garoto-propaganda da marca mais
vendida, dono do maior salário,
acima de tudo o melhor jogador da
história da modalidade, Jordan encerra hoje uma carreira que revolucionou não só o basquete, mas
também o esporte mundial.
A ponto de torná-lo uma unanimidade, como são Pelé, Muhammad Ali e todos aqueles poucos sujeitos que fizeram a diferença no
esporte neste século.
A saída de Jordan foi anunciada
ontem por grandes jornais dos
EUA, como "The New York Times" e "USA Today". Companheiros de time do armador não estranham o adeus, uma vez que a falta
de treino do jogador para esta temporada denunciava seus planos.
"Ele costuma se preparar melhor
do que todos, mas, pelo que sei, estava jogando golfe e passeando nas
Bahamas", disse Steve Kerr.
Hoje à tarde, às 15h (de Brasília),
acontece a conferência de imprensa, em Chicago, no qual o atleta explicará os motivos da decisão.
Jordan abandona o basquete
"por cima", amparado em seu sexto título da National Basketball Association -conquistado em junho, aliás, com a sua atuação mais
espetacular em 13 campeonatos
(um desarme e a cesta decisiva nos
últimos segundos).
Deixa a liga norte-americana no
momento em que esta mais precisa
dele. Desprestigiada junto aos fãs
por causa de um locaute (greve de
patrões) de seis meses, a NBA contava com o carisma dele para resgatar a confiança dos torcedores.
Nascido no Brooklyn, Nova
York, em 17 de fevereiro de 1963,
Jordan iniciou a carreira nos Bulls
21 anos depois, após se destacar na
Universidade de North Carolina,
onde fora campeão em 1982.
Ele foi o terceiro atleta a ser selecionado no "draft" (vestibular) de
1984 da NBA, atrás dos pivôs Hakeem Olajuwon e Sam Bowie.
No Chicago Bulls, única equipe
que defendeu na NBA, Jordan, ganhou fama por movimentos acrobáticos, capacidade de impulsão
(foi apelidado de "Air Jordan") e
liderança em quadra.
Na defesa, era mestre, exímio
"ladrão" de bolas. No ataque, era
quase imarcável. Quando "voava"
para uma enterrada, sua marca registrada era a língua para fora.
Em 1984, em Los Angeles, e em
1992, em Barcelona, fez parte das
seleções norte-americanas de basquete que conquistaram a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos.
Foi escolhido pela liga, três anos
atrás, como um dos 50 melhores
jogadores da história da NBA.
Com 29.277 pontos -não incluídos os de playoffs e All-Star Games, que não são levados em conta
nessa estatística-, Jordan é o terceiro jogador que mais marcou na
NBA -atrás dos legendários Kareem Abdul-Jabbar (38.387) e Wilt
Chamberlain (31.419).
Sua média por jogo, porém, supera a dos dois pivôs: 31,5 pontos,
recorde individual na liga, contra
24,6 pontos de Abdul-Jabbar e 30,1
pontos de Chamberlain.
Não é a primeira vez que Jordan
se aposenta da NBA. Depois do tricampeonato de 1993, deixou as
quadras para se divertir na
terceira divisão do beisebol profissional. Sem
sucesso com o taco,
retornou aos Bulls em
1995, com a camiseta
45. A equipe caiu nos
playoffs. Em 1996,
voltou a vestir a 23,
caminhando para outro tri.
Casado e pai de três filhos (uma
menina), Jordan era o atleta mais
bem pago da NBA -e do mundo.
Em 1998, recebeu um salário de
US$ 33,14 milhões -somados os
contratos publicitários, esse valor
atingiu US$ 78 milhões.
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