São Paulo, quarta-feira, 13 de fevereiro de 2002

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Acordo encerra "caso Ronaldinho"

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Mediante o pagamento de US$ 4,2 milhões feito pelo Paris Saint-Germain, o Grêmio aceitou retirar a ação na Justiça do Trabalho e dar por encerrado o ""caso Ronaldinho", iniciado há um ano, quando terminou o contrato do jogador com o clube gaúcho e ele se transferiu para a França.
Além desse valor, o Grêmio será restituído dos valores que foram depositados judicialmente, referentes aos salários que seriam pagos ao jogador. Com isso, o clube gaúcho receberá, na prática, por volta de US$ 4,5 milhões, US$ 1,3 milhão a menos do que havia sido acertado pelas duas partes em novembro do ano passado.
Na prática, portanto, a redução significou uma vitória para os dirigentes franceses, que chegaram a ameaçar não pagar nada.
Outro item existente no acordo firmado entre Grêmio e PSG é o de que o clube gaúcho, a cada transferência do jogador, receberá 5% do valor da transação -trata-se de uma exigência do regulamento da Fifa existente desde 1º de setembro para dar algum tipo de proteção ao clube que formou o atleta.
A definição do negócio ocorreu anteontem, em Paris. Representando o Grêmio, estavam o vice-presidente do Conselho Deliberativo, Jayme Eduardo Machado, e o diretor financeiro Airton Ruschel, e, pelo PSG, o presidente Laurent Perpère e o diretor financeiro Pierre Frelot. Também participaram do encontro o próprio Ronaldinho e seu irmão, Roberto Assis Moreira, que atua como empresário do jogador.
Além de se comprometer a pagar todos os custos gastos na Justiça do Trabalho pelo Grêmio, o PSG aceitou não entrar com uma eventual ação na Justiça contra a Fifa para não fazer qualquer pagamento ao clube gaúcho.
O ""caso Ronaldinho" começou no segundo semestre de 2000. Após assinar pré-contrato com o PSG, o jogador se transferiu para Paris sem que o Grêmio recebesse quaisquer valores pela transferência. O anúncio do negócio ocorreu em fevereiro de 2001, quando se encerrou o contrato.
Para agir assim, o PSG se baseou na lei que extinguiu o passe e que entrou em vigor em 26 de março de 2001. O Grêmio, então, entrou com recurso na Justiça do Trabalho exigindo uma indenização de R$ 84 milhões. Para chegar a esse cálculo, o time gaúcho levou em consideração proposta que o clube inglês Leeds United teria lhe feito no início do ano passado.
Em decisão de primeira instância, a juíza Antônia Mara Loguércio determinou que Ronaldinho indenizasse o Grêmio em R$ 29,5 milhões. O clube, na sequência, entrou com recurso na Fifa pedindo indenização de US$ 27 milhões, a ser paga pelo PSG.


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