RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras viveu três dias de paz e, para manter isso até a próxima semana, só uma vitória hoje, às 20h30, sobre o Ituano interessa.
Após ter derrubado em Campinas, no último sábado, o tabu de não ganhar duas partidas consecutivas, o time planeja triunfar pela terceira vez na sequência. "A responsabilidade de vencer o Guarani que tínhamos passou agora para este jogo", define o técnico Jair Picerni.
O treinador, que antes se negava a fazer cálculos para a classificação, agora fala em matemática. Para ele, duas vitórias nos três jogos que faltam dariam os 12 pontos tidos como suficientes para passar à fase final do Paulista.
E a partida com o Ituano é chave por duas razões. Primeiro: é a última a ser realizada no Parque Antarctica na primeira fase ("Não podemos perder pontos em casa", avisou o goleiro Marcos).
Segundo: como o time folga na rodada do fim de semana, o resultado de hoje vai determinar o clima no clube na próxima semana -o próximo jogo será o malfadado encontro com a Ponte Preta, adiado duas vezes.
O Palmeiras terá de superar o "fator casa", que, segundo seu próprio técnico, afeta negativamente a equipe. Após a derrota por 4 a 2 para o Barbarense, último jogo no estádio palmeirense, Picerni afirmou que os sucessivos fracassos por lá, na campanha do rebaixamento nacional de 2003, influenciavam o ânimo do time.
Quem terá de enfrentar essa pressão pela primeira vez será o zagueiro Gustavo, substituto de Índio, que machucou o tornozelo anteontem e fica fora dez dias.
Sem fazer uma partida oficial desde 17 de novembro, quando seu ex-clube, o Atlético-PR, foi eliminado do Brasileiro-2002, Gustavo afirmou que superará o desentrosamento com o parceiro Denys e a falta de ritmo com "disposição e conversa em campo".
"Não podemos perder nem levar gols", se compromete o zagueiro. A estréia de Gustavo, somada à tática com dois atacantes e à ausência do suspenso Magrão, obrigará o volante artilheiro Claudecir a ficar mais fixo na marcação. "Vou ter de me segurar mais atrás, a falta de entrosamento da zaga sempre dificulta" afirma o jogador, que diz ter nova proposta para se transferir para o Kashima Antlers, do Japão, e poderia sair após o torneio estadual.
Outro que não gostou da mudança tática foi o meia Pedrinho, que, com um só jogador no ataque, vinha jogando mais à frente.
Por seu lado, o Ituano também terá suas estréias. Será a primeira partida do técnico Ruy Scarpino (duas derrotas seguidas derrubaram João Francisco) e do meia Evandro, ex-atleta da Lusa.