|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ADMINISTRAÇÃO
Paraolímpicos utilizaram irregularmente dinheiro da Lei Piva
TCU obriga comitê a devolver verba
GUILHERME ROSEGUINI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Comitê Paraolímpico Brasileiro utilizou irregularmente R$
50.572,66 oriundos de recursos da
Lei Piva. Agora, será obrigado a
devolver o dinheiro.
Relatório do Tribunal de Contas
da União concluído anteontem
detectou irregularidades na gestão da verba das loterias e, pela
primeira vez desde que a lei foi
aprovada, em julho de 2001, determinou punição aos dirigentes.
O caso que gerou a infração
ocorreu em 2001. Na época, o CPB
precisou pagar um débito adquirido com o Ministério do Esporte
para não ficar inadimplente.
A entidade que comanda o esporte paraolímpico fez um depósito de R$ 93.926,50 para saldar as
dívidas. Desse total, R$ 43.353,84
faziam parte dos recursos do próprio comitê. O restante foi retirado do montante da Lei Piva.
A lei, que leva o nome do ex-senador Pedro Piva (PSDB-SP),
destina 2% da arrecadação das loterias da Caixa Econômica Federal ao esporte. O COB (Comitê
Olímpico Brasileiro) recebe 85%
do total, e 15% vão para o CPB.
A verba, porém, só pode ser
aplicada para o fomento e o desenvolvimento do esporte. O TCU
considerou que, ao usar os recursos para liquidar um débito com o
ministério, o CPB não cumpriu
com suas obrigações.
Agora, a entidade vai precisar
depositar os mais de R$ 50 mil
que usou indevidamente na conta
onde recebe o dinheiro da lei.
Se não cumprir a determinação
do tribunal até o dia 11 de abril,
pode ter o repasse de recursos públicos suspenso.
Vital Severino Neto, presidente
do CPB, disse ontem que já separou recursos procedentes de patrocinadores privados para solucionar o impasse. "Ainda não recebi o relatório final, mas nos antecipamos e já fizemos o depósito.
Não estamos mais em situação irregular", contou Severino.
Não é a primeira vez que o CPB
tem problemas para gerir a verba
da Lei Piva. Outro relatório do
TCU, concluído em dezembro de
2001, mostrou que o comitê pagou altos valores em benefícios
salariais, gastou em excesso com
manutenção e não controlou a
cessão de verbas para viagens e
confecção de seus contratos.
O principal problema era o valor do auxílio moradia -de R$
3.000 a R$ 4.000- que os diretores recebiam. O valor era quase
122% superior ao teto estabelecido em lei (cerca de R$ 1.800). Na
época, contudo, o CPB não precisou devolver a verba.
Texto Anterior: Futebol: Nike desafia tradição com novo uniforme da seleção Próximo Texto: O que ver na TV Índice
|