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Britânicos já reagem a censura
Atleta divulga posição política após comitê olímpico dizer que iria vetar manifestações em Pequim
Competidores ligados a ONG podem se manifestar sobre Darfur; entidades de outros países pregam liberdade de expressão
DA REPORTAGEM LOCAL
A intenção do Comitê Olímpico Britânico de proibir declarações políticas durante a
Olimpíada já provocou reações
de atletas, mesmo ameaçados
de perderem vaga em Pequim.
Richard Vaughan, estrela do
badminton, afrontou a entidade e emitiu comunicado em
que critica a posição da China
em relação aos conflitos na região de Darfur, no Sudão.
No domingo, as autoridades
esportivas britânicas afirmaram que iriam incluir nova
cláusula nos contratos dos atletas, que impedia comentários
sobre "temas delicados" durante a Olimpíada de Pequim.
"É muito difícil manter um
silêncio educado sobre um conflito que continua custando
muitas vidas. A China tem uma
grande influência sobre o Sudão e podia ajudar a dar fim ao
sofrimento de milhões de pessoas", escreveu Vaughan.
O astro do badminton e Shelley Rudman, medalhista olímpica de inverno no skeleton,
são da ONG "Team Darfur".
Segundo o jornal britânico
"The Mail", outros oito atletas
da delegação também seriam
da organização, que pode utilizar entrevistas e subidas ao pódio nos Jogos para condenar "a
conivência da China com os
abusos contra os direitos humanos no país africano".
Eles teriam sido ameaçados
de perder a vaga olímpica.
"Levando em conta o nível de
controle sobre a mídia nesses
Jogos e o modo como a China
irá controlá-la, o comitê decidiu propor essa regra. O governo chinês é sensível a críticas
sobre alguns temas como direitos humanos e Tibete", afirmou
o diretor de comunicação do
Comitê Olímpico Britânico,
Graham Mewson.
O Comitê Olímpico Internacional já diz que os países não
podem fazer demonstrações
políticas, religiosas ou raciais
em instalações olímpicas. Os
britânicos assinam os contratos há 20 anos e, pela primeira
vez, a cláusula é colocada.
A proibição foi reprovada por
entidades esportivas de outros
países, pelos Repórteres sem
Fronteiras e até por políticos
britânicos, como o vice-presidente do parlamento europeu,
Edward McMillan-Scott. Ontem, o comitê afirmou que não
iria censurar a "liberdade de
expressão" de seus atletas.
"Durante uma entrevista, o
atleta pode dizer o que quiser.
Mas se decide levantar sua camisa e mostrar um "Tibete livre" é diferente", disse Mewson.
Os belgas e neozelandeses
também teriam proibido manifestações nas instalações olímpicas. EUA, Canadá, Finlândia,
Austrália, República Tcheca,
Itália, Noruega, Romênia,
França e Suécia, por exemplo,
afirmaram que seus atletas não
sofrerão nenhuma censura.
A assessoria do Comitê Olímpico Brasileiro afirmou que, como o presidente, Carlos Arthur
Nuzman, está em férias, não
poderia dar sua posição.
O comitê organizador de Pequim disse que espera que "o
espirito olímpico e as regras do
COI sejam respeitados".
Com agências internacionais
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