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tragédia
Morte abala a Olimpíada de Inverno
Antes mesmo da cerimônia de abertura no Canadá, georgiano Nodar Kumaritashvili não resiste a acidente no luge
Competidor escapa de pista a 145 km/h durante treino, colide contra uma pilastra
e encerra uma série de 18 anos sem morte nos Jogos
DA REPORTAGEM LOCAL
A 21ª edição dos Jogos Olímpicos de Inverno começou ontem, em Vancouver (Canadá),
de maneira trágica. Antes mesmo da cerimônia de abertura,
um acidente matou o georgiano
Nodar Kumaritashvili, 21.
Aconteceu num treino de luge, trenó em que o atleta desce
deitado, com o peito para cima:
o competidor escapou da pista
do Whistler Sliding Centre, a
mais rápida do mundo, decolou
e chocou violentamente as costas contra uma pilastra lateral.
A velocidade estimada do trenó
de Kumaritashvili no momento
do acidente era de 145 km/h.
O treino foi interrompido, e
os paramédicos tentaram reanimar o atleta, com massagem
cardíaca e respiração boca a boca. Na sequência, ele foi transferido de helicóptero para o
hospital, mas não resistiu.
"Claramente, a morte lança
uma sombra sobre estes Jogos", afirmou Jacques Rogge,
presidente do COI (Comitê
Olímpico Internacional).
Kumaritashvili competiu em
cinco provas da Copa do Mundo de luge e nesta temporada
ocupava o 44º lugar no ranking
mundial da modalidade.
O acidente não foi o único
nos treinos na pista de Whistler, que é a mais rápida do
mundo, tem 16 curvas, 1.374
metros e recorde de 154 km/h
obtido pelo alemão Felix Loch,
no inverno do ano passado.
Mais de uma dúzia de incidentes foram registrados nos
últimos dias. Anteontem, a romena Violeta Stramaturaru
também deixou o local inconsciente. Até mesmo atletas considerados favoritos a medalhas,
como o italiano Armin Zoeggeler, levaram sustos.
Logo após o acidente de Kumaritashvili, os delegados do
COI e os chefes das equipes que
disputam o evento fizeram
uma reunião para tentar aumentar a segurança da pista.
"Acho que estão forçando demais. Não somos bonecos de
teste para sermos arremessados pela pista. Isso é brincar
com as nossas vidas", afirmou a
atleta australiana Hannah
Campbell-Pegg, uma das acidentadas na pista do Whistler.
A delegação da Geórgia chegou a estudar abandonar a
competição após o acidente,
porém confirmou que seguirá
nos Jogos. "É uma tragédia para toda a equipe e a família
olímpica", disse Thomas Bacn,
vice-presidente do COI.
"Estamos chocados, não sabemos o que fazer", afirmou
Irakly Japaridze, chefe da delegação da Geórgia.
Havia 18 anos, não era registrada morte em Olimpíadas.
Nos Jogos de Albertville-92,
o suíço Nicolas Bochatay morreu num treino de esqui de velocidade, modalidade em que
os competidores alcançavam
mais de 200 km/h e que não
consta mais no programa olímpico. Ele acertou um trator.
Em 1964, duas semanas antes da estreia do luge nos Jogos
de Inverno, o polonês naturalizado britânico Kazimierz Kay-Skrzypeski morreu em um acidente, também durante treino.
Com agências internacionais
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