São Paulo, sexta, 13 de fevereiro de 1998

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FUTEBOL
Técnico não resiste à fraca campanha no Paulista e é substituído após consenso entre dirigentes e até oposição
Lusa troca Amorim por Candinho

da Reportagem Local

A Lusa anunciou ontem a contratação do treinador Candinho e a demissão do técnico Eduardo Amorim, que não conseguir fazer a equipe decolar no Campeonato Paulista deste ano.
Após sete rodadas, a Lusa está em quinto lugar no Grupo 1 da primeira fase, com sete pontos. Venceu dois jogos, empatou um e perdeu outros quatro.
Se não melhorar de posição nas três rodadas que restam, a Lusa irá disputar o quadrangular da morte, do qual o último colocado será rebaixado para a Série A-2.
Doze times disputam a primeira fase. Os quatro melhores de cada grupo (são dois) classificam-se para a segunda fase, para a qual já estão classificados Palmeiras, Santos, São Paulo e Corinthians.
""Tivemos que trocar o técnico. O Candinho é o consenso geral. Situação, oposição e os torcedores gostam dele. E, como precisamos de resultados rápidos, ajuda o fato de ele conhecer muito bem a Lusa", afirmou o presidente interino do clube, Amílcar Casado.
Oficialmente, Casado fechou a contratação ontem, na hora do almoço, numa churrascaria na zona sul de São Paulo.
Mas, desde anteontem, o presidente licenciado do clube, Manuel Gonçalves Pacheco, vinha anunciando que já havia contratado o técnico -a Folha procurou Candinho e Pacheco, mas não conseguiu localizá-los.
""É uma besteira. A coisa está tumultuada, e o Pacheco está tentando tumultuar ainda mais", acrescentou Casado, que foi eleito como vice de Pacheco, assumiu em sua licença e agora está rompido com o antigo chefe.
Casado e Pacheco tiveram até mesmo uma ríspida discussão anteontem à tarde, no Canindé.
Pacheco apareceu no clube e disse que iria a São José dos Campos, onde a Lusa enfrentaria o São José (a Lusa perdeu por 3 a 2, após estar em vantagem no placar e ter tido dois jogadores expulsos).
Casado concordou com isso, mas se opôs ao desejo do ex-dirigente: fazer uma palestra para os jogadores.
""Disse a ele: "Você não vai fazer palestra nenhuma. Se você está de licença, vá para casa descansar.' Seria falta de ética", comentou Casado.
O presidente interino confirmou que Pacheco deveria pedir ao Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) a volta à presidência. Pacheco está licenciado por 60 dias, tempo suficiente para que uma comissão analise as operações de transação de jogadores que ele fez durante os quatro anos em que esteve à frente do cargo.
As principais suspeitas recaem sobre as vendas de Zé Roberto e Rodrigo ao Real Madrid. As suspeitas se reforçaram com a publicação pela Folha de documentos relativos a esses negócios.
Pacheco chegou a renunciar, voltou atrás e, numa sessão tumultuada do COF, se licenciou. ""Agora, ele quer renunciar à licença. Ele está meio perdido", ironizou Casado. (MARCELO DAMATO)



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