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AUTOMOBILISMO
FIA proíbe participação de equipe que comprou a Prost na próxima corrida da F-1
Novo time vai à Malásia e é vetado
DA REPORTAGEM LOCAL
Um comunicado oficial da FIA,
a entidade máxima do automobilismo, frustrou os planos da Phoenix, empresa que comprou o espólio da Prost Grand Prix.
A equipe, cujos equipamentos
desembarcaram ontem na Malásia, esperava fazer sua estréia na
F-1 ainda neste final de semana.
Na nota distribuída ontem, a
FIA afirma que a Prost não foi
transferida nem tentou transferir
sua inscrição no Mundial para a
Phoenix, o que acabaria com a
possibilidade de a nova equipe
participar do GP da Malásia.
A intenção de Charles Nickerson, empresário do setor de finanças na Inglaterra e responsável pela operação, é colocar os carros
para correr o mais rápido possível. Assim, escaparia da multa de
cerca de US$ 500 mil imposta para cada ausência no calendário.
Os carros são verdadeiros
"franksteins": dois chassis AP04,
produzidos pela escuderia francesa em 2001, equipados com motores Cosworth de 2000, iguais aos
usados pela Minardi no ano passado. E não têm pneus, já que a
Phoenix ainda tenta fechar um
contrato com a Bridgestone.
Entre os pilotos, uma surpresa:
o brasileiro Tarso Marques, 26,
que disputou 14 corridas no ano
passado pela Minardi. De Curitiba, o pai do piloto, Paulo de Tarso,
confirmou a negociação.
"O Tarso viajou com seu empresário, Creighton Brown, e deve
chegar à Malásia amanhã [hoje".
A perspectiva não é disputar só
um GP. Se fosse isso, ele nem iria.
O objetivo é correr todo o campeonato", afirmou Tarso.
"Em Sepang, a equipe só quer
mostrar que existe. Mas, para o
GP Brasil [terceira etapa do Mundial, dia 31 de março", a estrutura
já será melhor", completou.
O outro piloto da Phoenix será o
argentino Gaston Mazzacane, ex-Minardi e Prost, que estaria levando patrocínios para a equipe.
Além do veto que recebeu da
FIA, o novo grupo enfrenta resistências de parte da F-1, que teme
ver seu campeonato "sucateado"
com uma equipe assim. O principal opositor da Phoenix é o empresário australiano Paul Stoddart, dono da Minardi.
Em 2001, seu time foi o 11º e último no campeonato. Mas, com a
quebra da Prost, passou a receber
os benefícios dados pela FOM
(que comanda comercialmente a
F-1) aos dez primeiros.
Se a Prost renascer, mesmo com
outro nome, a Minardi poderá
voltar a ser a 11ª colocada.
Stoddart receberá menos pelos
direitos de TV e ainda terá que pagar pelo transporte de seu time
aos GPs fora da Europa.
Por trás de toda a operação dessa nova equipe, estaria a Volkswagen, interessada em segurar a 12ª e
última vaga na F-1. A montadora
alemã, entretanto, vem desmentindo qualquer envolvimento
com Nickerson e a Phoenix.
A palavra final sobre a participação da Phoenix no GP malaio,
porém, só será dada por Bernie
Ecclestone, homem-forte da F-1.
E há um forte indício de que ele
concordará com o novo time.
Há duas semanas, em Melbourne, quando o negócio se tornou
público, o inglês telefonou para
Sepang e pediu para que fossem
reservados boxes a um 12º time.
O impasse precisa ser definido
com urgência. O primeiro treino
livre para o GP da Malásia começa
à meia-noite de amanhã.
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