São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 2002

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AUTOMOBILISMO

FIA proíbe participação de equipe que comprou a Prost na próxima corrida da F-1

Novo time vai à Malásia e é vetado

DA REPORTAGEM LOCAL

Um comunicado oficial da FIA, a entidade máxima do automobilismo, frustrou os planos da Phoenix, empresa que comprou o espólio da Prost Grand Prix.
A equipe, cujos equipamentos desembarcaram ontem na Malásia, esperava fazer sua estréia na F-1 ainda neste final de semana.
Na nota distribuída ontem, a FIA afirma que a Prost não foi transferida nem tentou transferir sua inscrição no Mundial para a Phoenix, o que acabaria com a possibilidade de a nova equipe participar do GP da Malásia.
A intenção de Charles Nickerson, empresário do setor de finanças na Inglaterra e responsável pela operação, é colocar os carros para correr o mais rápido possível. Assim, escaparia da multa de cerca de US$ 500 mil imposta para cada ausência no calendário.
Os carros são verdadeiros "franksteins": dois chassis AP04, produzidos pela escuderia francesa em 2001, equipados com motores Cosworth de 2000, iguais aos usados pela Minardi no ano passado. E não têm pneus, já que a Phoenix ainda tenta fechar um contrato com a Bridgestone.
Entre os pilotos, uma surpresa: o brasileiro Tarso Marques, 26, que disputou 14 corridas no ano passado pela Minardi. De Curitiba, o pai do piloto, Paulo de Tarso, confirmou a negociação.
"O Tarso viajou com seu empresário, Creighton Brown, e deve chegar à Malásia amanhã [hoje". A perspectiva não é disputar só um GP. Se fosse isso, ele nem iria. O objetivo é correr todo o campeonato", afirmou Tarso.
"Em Sepang, a equipe só quer mostrar que existe. Mas, para o GP Brasil [terceira etapa do Mundial, dia 31 de março", a estrutura já será melhor", completou.
O outro piloto da Phoenix será o argentino Gaston Mazzacane, ex-Minardi e Prost, que estaria levando patrocínios para a equipe.
Além do veto que recebeu da FIA, o novo grupo enfrenta resistências de parte da F-1, que teme ver seu campeonato "sucateado" com uma equipe assim. O principal opositor da Phoenix é o empresário australiano Paul Stoddart, dono da Minardi.
Em 2001, seu time foi o 11º e último no campeonato. Mas, com a quebra da Prost, passou a receber os benefícios dados pela FOM (que comanda comercialmente a F-1) aos dez primeiros.
Se a Prost renascer, mesmo com outro nome, a Minardi poderá voltar a ser a 11ª colocada.
Stoddart receberá menos pelos direitos de TV e ainda terá que pagar pelo transporte de seu time aos GPs fora da Europa.
Por trás de toda a operação dessa nova equipe, estaria a Volkswagen, interessada em segurar a 12ª e última vaga na F-1. A montadora alemã, entretanto, vem desmentindo qualquer envolvimento com Nickerson e a Phoenix.
A palavra final sobre a participação da Phoenix no GP malaio, porém, só será dada por Bernie Ecclestone, homem-forte da F-1. E há um forte indício de que ele concordará com o novo time.
Há duas semanas, em Melbourne, quando o negócio se tornou público, o inglês telefonou para Sepang e pediu para que fossem reservados boxes a um 12º time.
O impasse precisa ser definido com urgência. O primeiro treino livre para o GP da Malásia começa à meia-noite de amanhã.


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