DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, atribuiu a falhas no orçamento do projeto de candidatura do Rio ao Pan-2007 o fato de o orçamento do evento ter estourado.
"O projeto tinha o orçamento nitidamente subestimado. Foi uma limitação grave no planejamento. Se fala muito do crescimento do orçamento, mas é que o projeto [da candidatura] foi malfeito", disse Silva Júnior, na manhã de ontem em palestra na FMU, na capital paulista.
Como fizera em outubro do ano passado, ele disse que isso deve servir de alerta para outros projetos de grandes eventos esportivos no Brasil, como a Copa de 2014.
O prefeito do Rio, Cesar Maia, desqualificou a afirmação do ministro do Esporte. Procurado pela Folha para comentar o caso, respondeu, por e-mail.
"Uma bobagem. Ele [Orlando Silva] não conhece os critérios do orçamento para o Pan. Os equipamentos são considerados definitivos para a cidade e não são incluídos no orçamento original. E por aí vai", escreveu Maia, que foi além.
"Ele na época nem informação tinha a respeito. Estava longe do governo e do esporte tratando de outros afazeres. Se consultar quem sabe e estava lá desde o começo, há cinco anos, não falará bobagem", explicou o prefeito, que inclusive exemplificou: "No hotel em que ficou hospedado o [presidente dos EUA, George W.] Bush, a Polícia Federal usou um equipamento que usará no Pan. Isso é despesa do Pan?".
Por meio de sua assessoria, a FGV Projetos, que participou da elaboração da candidatura, disse que não poderia comentar, em razão de um acordo de confidencialidade.
O Comitê Olímpico Brasileiro disse que o assunto é da alçada do Co-Rio (Comitê Organizador dos Jogos), que não respondeu à reportagem até o fechamento desta edição.


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