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"Bom de gorjeta", astro some das baladas
DA SUCURSAL DO RIO
Ameaçado de perder a vaga
para a Copa, o atacante Adriano, 28, desapareceu da noite carioca nos últimos dias, mas ainda é festejado por garçons de
restaurantes sofisticados da
Barra da Tijuca e pelos moradores das favelas da Penha.
Desde que se envolveu numa
briga com a noiva, Joana Machado, em plena favela da Chatuba, no dia 4, o jogador do Flamengo foi punido pela diretoria
do clube e preferiu dar um tempo nas baladas para conseguir
uma lugar na seleção brasileira.
O atacante tem treinado diariamente na Gávea para perder
peso e garantir a escalação no
clássico contra o Vasco, amanhã, no estádio do Maracanã.
""Claro que sentimos falta do
Adriano. Além de ser muito
educado, ele é bom de gorjeta",
afirmou o garçom Antônio Miguel, do restaurante La Plancha. A casa é especializada em
frutos do mar e um dos points
preferidos dos jogadores do
Flamengo nos dias de folga.
""Na última vez que atendi o
Adriano, ele, o Vagner Love e
mais três reservas gastaram
quase R$ 1.000 e ainda deixaram o troco. Ele é bem simples
e só faz uma exigência, que o
copo de chope não fique vazio.
Naquele dia, eles beberam mais
de cem chopes. Mesmo assim,
sempre vão embora na moral",
acrescentou Antônio Miguel.
O excesso do atacante com o
álcool é a principal preocupação de Dunga e dos dirigentes
do Flamengo. O vice-presidente de futebol do clube carioca,
Marcos Braz, disse que Adriano
""tem problema com a bebida".
""Quando [ele] começa, não
consegue parar", afirmou.
A nutricionista do Flamengo,
Silvia Ferreira, já cortou o álcool da dieta do atleta, além de
elaborar um cardápio especial
para Adriano perder peso. O
prato preferido do jogador no
restaurante é camarão ao ajillo
(cozido no vinho branco, alho e
azeite). A iguaria custa R$ 124.
Na boate São Nunca, que
mistura música eletrônica,
funk e pagode, o atacante também é lembrado "com carinho"
pelos garçons. ""Ele gosta de beber e aproveitar a vida quando
aparece por aqui, além de sempre nos deixar uma gorjeta
boa", afirmou um dos garçons
da casa noturna. Três deles ouvidos pela reportagem disseram conhecer o jogador, mas se
recusaram a dar seus nomes.
Já nas favelas da Penha,
Adriano é reverenciado pelos
moradores. Entretanto, nesta
semana, depois da briga com a
noiva Joana na Chatuba, decidiu não aparecer por lá. Adriano nasceu na Vila Cruzeiro,
uma comunidade vizinha.
""Ele é adorado lá e gosta de
fazer caridade. Já vi o Adriano
tirar um cordão do corpo e dar
para um viciado em crack vender e comprar comida. Quando
está na favela, ele gosta de fazer
festa, ouvir funk, comprar carne e cerveja para conversar
com amigos", declarou um dos
moradores da favela.
O Complexo de Favelas da
Penha é uma das regiões mais
violentas do Rio. A polícia não
realiza uma operação no alto do
morro há três anos por causa da
quantidade de armas nas mãos
dos traficantes da região. O local é considerado o quartel-general do Comando Vermelho.
""Se ele me chamar na casa
dele, na Vila Cruzeiro, ou no Japão, eu vou. Ele é um amigo, e
todos vão ajudá-lo a recuperar
a alegria", afirmou o zagueiro
Álvaro, que teve o carro quebrado num acesso de fúria da
noiva do atacante em plena favela, na semana passada.
(SR)
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