São Paulo, sábado, 13 de março de 2010

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"Bom de gorjeta", astro some das baladas

DA SUCURSAL DO RIO

Ameaçado de perder a vaga para a Copa, o atacante Adriano, 28, desapareceu da noite carioca nos últimos dias, mas ainda é festejado por garçons de restaurantes sofisticados da Barra da Tijuca e pelos moradores das favelas da Penha.
Desde que se envolveu numa briga com a noiva, Joana Machado, em plena favela da Chatuba, no dia 4, o jogador do Flamengo foi punido pela diretoria do clube e preferiu dar um tempo nas baladas para conseguir uma lugar na seleção brasileira. O atacante tem treinado diariamente na Gávea para perder peso e garantir a escalação no clássico contra o Vasco, amanhã, no estádio do Maracanã.
""Claro que sentimos falta do Adriano. Além de ser muito educado, ele é bom de gorjeta", afirmou o garçom Antônio Miguel, do restaurante La Plancha. A casa é especializada em frutos do mar e um dos points preferidos dos jogadores do Flamengo nos dias de folga.
""Na última vez que atendi o Adriano, ele, o Vagner Love e mais três reservas gastaram quase R$ 1.000 e ainda deixaram o troco. Ele é bem simples e só faz uma exigência, que o copo de chope não fique vazio. Naquele dia, eles beberam mais de cem chopes. Mesmo assim, sempre vão embora na moral", acrescentou Antônio Miguel.
O excesso do atacante com o álcool é a principal preocupação de Dunga e dos dirigentes do Flamengo. O vice-presidente de futebol do clube carioca, Marcos Braz, disse que Adriano ""tem problema com a bebida". ""Quando [ele] começa, não consegue parar", afirmou.
A nutricionista do Flamengo, Silvia Ferreira, já cortou o álcool da dieta do atleta, além de elaborar um cardápio especial para Adriano perder peso. O prato preferido do jogador no restaurante é camarão ao ajillo (cozido no vinho branco, alho e azeite). A iguaria custa R$ 124.
Na boate São Nunca, que mistura música eletrônica, funk e pagode, o atacante também é lembrado "com carinho" pelos garçons. ""Ele gosta de beber e aproveitar a vida quando aparece por aqui, além de sempre nos deixar uma gorjeta boa", afirmou um dos garçons da casa noturna. Três deles ouvidos pela reportagem disseram conhecer o jogador, mas se recusaram a dar seus nomes.
Já nas favelas da Penha, Adriano é reverenciado pelos moradores. Entretanto, nesta semana, depois da briga com a noiva Joana na Chatuba, decidiu não aparecer por lá. Adriano nasceu na Vila Cruzeiro, uma comunidade vizinha.
""Ele é adorado lá e gosta de fazer caridade. Já vi o Adriano tirar um cordão do corpo e dar para um viciado em crack vender e comprar comida. Quando está na favela, ele gosta de fazer festa, ouvir funk, comprar carne e cerveja para conversar com amigos", declarou um dos moradores da favela.
O Complexo de Favelas da Penha é uma das regiões mais violentas do Rio. A polícia não realiza uma operação no alto do morro há três anos por causa da quantidade de armas nas mãos dos traficantes da região. O local é considerado o quartel-general do Comando Vermelho.
""Se ele me chamar na casa dele, na Vila Cruzeiro, ou no Japão, eu vou. Ele é um amigo, e todos vão ajudá-lo a recuperar a alegria", afirmou o zagueiro Álvaro, que teve o carro quebrado num acesso de fúria da noiva do atacante em plena favela, na semana passada. (SR)


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