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São Paulo, domingo, 13 de abril de 2003

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FUTEBOL

Time alcança 1ª vitória no Brasileiro, porém Leão fica irritado com interferência do presidente do clube em seu trabalho

Santos desencanta, mas não evita a crise

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Santos finalmente venceu no Nacional-03, mas o futebol que encantou o país no Brasileiro do ano passado ainda não voltou.
Houve apenas lampejos da equipe de 2002, como lance logo no início do jogo de ontem, quando Robinho deu belo drible em Émerson Ávila, revivendo suas pedaladas e levantando a torcida.
Mas, na maior parte da partida, o Santos não convenceu seus torcedores e, mesmo ganhando do Figueirense, chegou a ser vaiado.
E, apesar da vitória por 2 a 0, o clima na Vila Belmiro continua ruim. Emerson Leão não gostou de conversa que o presidente Marcelo Teixeira teve com seus jogadores, na véspera da partida, e deverá ter uma reunião com o dirigente para avisar que, no time, quem manda é o treinador.
Descontente com os primeiros resultados da equipe no Nacional -o Santos tinha empatado dois jogos e perdido um-, Teixeira resolveu cobrar dos jogadores mais empenho e melhores atuações. Leão não gostou e anteontem à noite ligou para o presidente para reclamar.
Um dos pontos que mais irritaram o treinador foi o fato de Teixeira ter insinuado que alguns atletas estariam boicotando Ricardo Oliveira, atacante que foi contratado no início do ano.
Ontem, aliás, o jogador marcou seu primeiro gol no atual Brasileiro. Foi o segundo da equipe da Vila, anotado aos 38min da fase final, quando aproveitou cruzamento certeiro de Elano e cabeceou para definir a partida.
O gol do atacante foi um alívio para a equipe de Leão, que chegou a sofrer um sufoco do adversário no segundo tempo.
Depois de desperdiçar um pênalti logo aos 2min da fase final -Ricardo Oliveira cobrou no canto esquerdo de Édson Bastos, e o goleiro defendeu-, o Santos recuou demais e por pouco não cedeu o empate aos catarinenses.
O goleiro Fábio Costa fez pelo menos duas grandes defesas, evitando que o rival marcasse.
Sentindo que tinha condições de chegar à igualdade, o técnico Vágner Benazzi colocou o atacante Zinho no lugar do lateral Luciano Sorriso, mas não obteve sucesso. E o motivo principal foi Elano.
O atleta, que atuou pela segunda vez na lateral direita no Brasileiro, foi o grande destaque santista.
Auxiliado por Paulo Almeida, volante que dava proteção a suas avançadas, ele pôde se aventurar com frequência ao ataque.
E, além de ter criado a jogada do segundo gol, foi o autor do primeiro do Santos, anotado aos 33min da etapa inicial.
Fez uma bonita jogada individual, em que passou por Émerson Ávila, e tocou forte, rasteiro, enganando o goleiro Édson Passos e fazendo 1 a 0 para o Santos.
""Fico feliz [por ter feito uma boa partida], mas principalmente pelo apoio da torcida. Ela sentia que o nosso momento no Brasileiro não era dos melhores e agora que vencemos a primeira podemos começar a melhorar", disse Elano logo após a partida.
É o que também esperam Robinho e Diego, as duas principais estrelas do Santos e que não se saíram bem contra o Figueirense.
Diego, que passou a semana reclamando da marcação, segundo ele muitas vezes desleal, que os adversários têm feito nos santistas, ontem repetiu o comportamento e parecia mais preocupado em protestar do que em jogar.
Ao final, no entanto, reconheceu que não foi bem, mas, na mesma linha de Elano, disse que a expectativa daqui para a frente é melhorar no campeonato. Lembra que, bem ou mal, a primeira vitória, pelo menos, já chegou.



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