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Grandes vão ao Brasileiro com arremedo do Paulista
Sem dinheiro, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo se preparam para o Nacional com praticamente os mesmos elencos que falharam no Estadual
DA REPORTAGEM LOCAL
O que não deu certo no Paulista
será mantido para o Brasileiro.
Sem dinheiro, os quatro grandes de São Paulo vão começar a
disputa do Nacional, na próxima
semana, com os mesmos times
que fracassaram no Estadual.
Até agora foram apenas dois reforços -o Corinthians trouxe Piá
para o meio-campo, e o Santos,
Leandro Machado para o ataque.
Já Palmeiras e São Paulo ainda
não contrataram. Nos quatro casos a timidez nos negócios vai
continuar nas próximas semanas.
A despeito dos pedidos de treinadores e torcedores, os cartolas
do quarteto argumentam que o
mercado está pouco convidativo.
"Vamos contratar com calma,
não adianta ter pressa. Primeiro,
precisamos encontrar o jogador
adequado. Depois, precisamos
ver se o clube tem condições de
contratá-lo", diz Antonio Roque
Citadini, o vice-presidente de futebol do Corinthians.
O Santos procura um atacante e
um zagueiro, mas reclama da falta
de opções. "Todos os bons atacantes já estão empregados, e o
mercado europeu só vai abrir em
maio", disse Francisco Lopes, diretor de futebol, que aponta outro
obstáculo além da falta de opções.
"Nós sempre tentamos atender
às necessidades do Leão, mas no
momento não estamos atrás de
ninguém. Nós demoramos muito
para arrumarmos nossa casa financeiramente e não vamos colocar tudo a perder agora", disse.
O São Paulo também aponta o
baixo orçamento como dificuldade para contratações.
Segundo o diretor de planejamento do clube, João Paulo Jesus
Lopes, a saída precoce do Paulista
reduziu a possibilidade de investimento em novos atletas.
"Estamos atentos para aquilo
que existe no mercado, mas não
há muitos jogadores disponíveis.
E ainda temos dificuldades no orçamento", afirmou Lopes, ressaltando que o calendário desta época pode ser "enganoso".
"Estamos em meio aos Estaduais, que não têm a mesma visibilidade do Brasileiro. A gente observa que há jogadores estraçalhando nos Estaduais, mas podem não render no Brasileiro."
Famoso por sua política do
"bom e barato", o presidente do
Palmeiras, Mustafá Contursi fala
em contratações, mas contesta
quem diz que seu clube precisa de
um bom número de reforços.
"Vamos fazer uma avaliação do
elenco para ver o que precisamos.
Não sei se vai ser antes ou depois
de o Brasileiro começar. Mas o
que me intriga é que sempre dizem que precisamos de três reforços. Não adianta contratarmos,
sempre falam que faltam três",
disse o presidente palmeirense.
Se resolverem mudar de idéia e
sair atrás de novos jogadores, os
grandes paulistas terão, pelo menos, uma vantagem em relação ao
regulamento do ano passado.
A CBF cedeu aos apelos dos clubes e facilitou a inscrição de novos
atletas. Em 2003, o prazo máximo
para as novas contratações era a
23ª rodada. Agora, os clubes têm
até a 31ª jornada para fazer negócios. Também ficou mais fácil a
aquisição de jogadores que já tenham disputado partidas do torneio por outra agremiação.
No ano passado, nenhum atleta
com mais de dois jogos disputados por um time poderia arrumar
uma nova equipe. Agora, o limite
passou para seis partidas.
A situação atual dos grandes
paulistas é semelhante ao que
aconteceu no ano passado, quando entrou em vigor o Brasileiro de
pontos corridos em dois turnos.
Só que naquela ocasião os clubes tinham elencos mais fortes
que os atuais (casos de São Paulo e
Santos), vinham de bons resultados (Corinthians, campeão estadual) ou acertavam o elenco para
a Série B nacional (Palmeiras).
Os times ainda terão pela frente
em 2004 um torneio mais duro, já
que agora caem quatro times para
a Série B, contra dois do ano passado. E a experiência de 2003
mostra que é difícil um time que
começou mal se recuperar.
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