São Paulo, domingo, 13 de abril de 2008

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JUCA KFOURI

Precisar o São Paulo precisa


Chegou a hora desta gente tricolor mostrar o seu valor. Porque só falta faltar apoio hoje no Morumbi

FAZ TEMPO que o time do São Paulo não precisa tanto de sua torcida como hoje.
Muito tempo.
E precisará dela, também, haja o que houver no Campeonato Paulista, no dia 23, contra o Atlético Nacional, de Medellín. Porque as coisas começaram a dar miseravelmente errado no clube de uns tempos para cá.
Talvez porque seus cartolas tenham escancarado que, a exemplo dos demais em outros clubes, não são de honrar o que dizem, como não honraram no reconhecimento do título do Flamengo de 1987, razão pela qual a taça de bolinhas virou um tremendo mico, até hoje exalando maus odores num armário da CBF.
É que até os ateus sabem que o deus dos estádios pune a arrogância, o cinismo, a hipocrisia.
E as coisas desandaram pelos lados antes tranqüilos do Morumbi. Até esgoto clandestino foi revelado, para não falar das crises com Adriano (aparentemente recuperado), Fábio Santos e Carlos Alberto, que se tentou encobrir, ou de estranhos aluguéis de carros para cartolas e sumiço de computadores portáteis.
Some-se a isso que o time ainda não acertou uma grande partida neste ano, além de ter sido humilhado pelo rival de hoje em Ribeirão Preto, num placar até mentiroso, mas verdadeiro...
Por tudo isso, é hora de a torcida são-paulina não deixar seu time só e enterrar de uma vez por todas o mito de que só vai na boa, até porque a massa tricolor se popularizou uma barbaridade nos últimos anos e deixou de ter a velha cara grã-fina, pó-de-arroz.
Afinal, contra tudo e contra todos, cansado e preocupado pela derrota em Santiago, sem Borges, com Richarlyson em péssima fase, diante de um adversário descansado, inteiro e melhor tecnicamente, dá sim para surpreender e renascer.
Mas será preciso, muito preciso, que a torcida apoie, incondicionalmente, seus jogadores. Lembremos, também, que o Palmeiras é superior, mas não é a seleção húngara de 1954 (que, por sinal, perdeu a final para os alemães...).
E que uma vitória hoje permitirá jogar pelo empate no Palestra Itália, palco em que o time do São Paulo costuma se dar bem e ao qual irá depois de uma semana dedicada apenas aos treinamentos. Ou o são paulino acredita agora ou não acredita mais.

O quarteto na Copa do Brasil
Dos sete clubes paulistas que começaram a Copa do Brasil (Bragantino, Corinthians, Guarani, Juventus, Palmeiras, Portuguesa e São Caetano), quatro seguem vivos, embora ameaçados: o Corinthians, que terá o favorito Goiás pela frente; o Palmeiras, que é favorito, mas sem moleza, diante do Sport; a Portuguesa, na situação de azarão perante o Botafogo, e o São Caetano, na mesma situação, já que enfrentará o surpreendente Atlético Goianiense.
Só o Corinthians jogará em casa a segunda partida e se não fosse o burro calendário que impede a participação dos clubes que disputam a Libertadores, era de se esperar que o futebol paulista tivesse meia dúzia de times nas oitavas-de-final, com a previsível inclusão de São Paulo e Santos.

blogdojuca@uol.com.br


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