|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Em ano de Copa, seleção abarrota os cofres da CBF
Time que vai ao Mundial da África do Sul arrecada cerca de
R$ 214 milhões em patrocínio, recorde no futebol brasileiro
Verba com propaganda da confederação mais do que triplica em relação ao que aconteceu na Copa da Alemanha, há quatro anos
SÉRGIO RANGEL
CIRILO JUNIOR
DA SUCURSAL DO RIO
Com o anúncio, ontem, de
parceria com a Seara no valor
de US$ 6 milhões, a seleção
brasileira vai para a África do
Sul com número recorde de dez
anunciantes e mais de R$ 200
milhões em patrocínio. Até o final de abril, a CBF vai anunciar
a Nestlé como dona da última
cota, a mais barata, mesmo valor pago pela Seara.
Atualmente, o faturamento
da entidade com os patrocínios
é de R$ 203,6 milhões. Com a
venda da cota para a Nestlé, a
receita da confederação crescerá mais R$ 10,5 milhões. No total, a seleção receberá R$ 214
milhões dos parceiros em 2010.
A quantia arrecadada é recorde na história do futebol
brasileiro. Na última Copa do
Mundo, a seleção seguiu para a
Alemanha com quatro anunciantes na bagagem e R$ 60 milhões, valor inédito até então.
Três marcas continuam parceiras da seleção: Vivo, Nike e
AmBev. A única que saiu foi a
Varig, por causa dos seus problemas financeiros. O restante
entrou a partir de 2007, quando o Brasil foi escolhido para
receber a Copa de 2014.
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, disse que o aumento do número de patrocinadores não afeta o chamado "espírito de seleção", que vem sendo
buscado pelo técnico Dunga
após a medíocre campanha
brasileira em 2006. "Os patrocinadores acreditaram no nosso novo projeto para a seleção,
com a nova estrutura que a gente colocou na equipe", afirmou.
Presidente do grupo Marfrig,
que controla a Seara, Marcos
Molina explicou que a parceria
com a seleção tem como objetivo imediato internacionalizar a
marca. A Seara já havia firmado
contrato antes com o Santos.
A AmBev é a mais antiga patrocinadora da seleção. A empresa, que usa duas marcas na
seleção, vai para sua quinta Copa do Mundo. Atualmente, paga US$ 15 milhões por ano.
A empresa que mais gasta
com a seleção é a Nike. Parceira
da CBF desde 1995, a fornecedora de material esportivo teve
o seu contrato renegociado e
paga US$ 40 milhões anuais.
Todos os contratos da seleção são fixados em dólar. Pelo
sistema, as empresas pagam
em real o valor do dólar no vencimento das cotas.
Em virtude das constantes
quedas do dólar, a confederação negociou o seu último grande contrato (Itaú) em euro. O
banco paga 15 milhões (cerca
R$ 36 milhões) anuais à CBF.
Até a última Copa, todos os
parceiros estampavam as suas
marcas nos uniformes dos jogadores, em placas na Granja
Comary (local de treinos do time no Brasil) e no painel montado durante as entrevistas.
Agora, a CBF decidiu mudar.
O comprador da cota mais barata não tem direito a estampar
seu nome no uniforme dos
atletas. As empresas usam apenas o painel de entrevistas coletivas e podem fazer promoções com o nome da seleção.
Apesar do boom de publicidade no time de Dunga, a seleção não lidera o ranking de patrocínios. Atual campeã mundial, a Itália vendeu a 26 empresas o direito de explorar a
imagem do time. A maioria não
tem direito de exibir a marca
no uniforme dos atletas ou em
placas nos locais de treino. A
federação italiana não divulga
quanto recebe com patrocínio.
"Tem que levar em consideração o país, mas, em termos de
patrocínio, não estamos muito
aquém do geral no mundo. Há
algumas seleções que talvez tenham maior possibilidade, como França e Alemanha, mas
tendo em vista o mercado", comentou Ricardo Teixeira.
Texto Anterior: Togo: Atacante do City se aposenta da seleção Próximo Texto: Teixeira não apoia, agora, Ronaldinho Índice
|