São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 2011

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TOSTÃO

Limites


Em campo, o Palmeiras é o time mais organizado de São Paulo. O Fla é o do Rio


COMO MOSTROU a Folha, os times brasileiros, fora de casa, possuem a péssima média de 28,2% de aproveitamento na atual Libertadores.
Por isso e pelas ausências de Elano e Neymar -Zé Love não faz falta-, o Santos corre grande risco de ser eliminado.
O uso de uma máscara por Neymar, que resultou em sua expulsão, foi planejado pela patrocinadora, com a aprovação do jogador e do clube.
Por ter sido uma jogada comercial, sem espontaneidade, e por ainda infringir a regra, Neymar mereceu ser punido.
O Cruzeiro, contra o Estudiantes, tenta ser o primeiro entre os 32 participantes da competição.
O time tem atuado sem centroavante, com Thiago Ribeiro e Wallyson pelos lados e Montillo chegando de trás. Não tem centroavante, mas há sempre alguém dentro da área para finalizar. Montillo vai fazer falta.
Por falar em centroavante, parece até que o Palmeiras contratou um excepcional, Wellington Paulista. Ele é apenas um razoável atacante, que já fez uma boa dupla com Kleber, mais por conta de Kleber. Para jogarem juntos Wellington Paulista, Kleber e Valdivia (ou Lincoln), Felipão terá de tirar um dos meias pelos lados, que marca e ataca. Não sei o que será melhor.
Em outra coluna, escrevi que o Palmeiras jogou a maioria das partidas com duas linhas de quatro (4-4-2 ou 4-4-1-1), já que Lincoln atua entre os quatro do meio e o centroavante. Se quiser, pode dizer que é 4-2-3-1 ou 4-5-1. Não faz diferença. Quando o time perde a bola, são quatro no meio para marcar. Quando a recupera, os dois meias pelos lados e mais o pelo centro se aproximam do centroavante, formando o 4-2-3-1.
Assim como o Palmeiras é, dentro de campo, o time mais organizado de São Paulo, o Flamengo é o do Rio. A diferença entre os esquemas táticos é que o Flamengo tem três jogadores no meio para proteger a defesa, e o Palmeiras tem quatro. O Flamengo atua no 4-3-3, com três armadores (Maldonado, Willian e Renato Abreu) e três adiantados (Ronaldinho, Thiago Neves e Deivid). Se quiser, pode dizer que é o 4-3-2-1 ou o 4-5-1, já que Ronaldinho e Thiago Neves voltam para receber a bola.
Os esquemas representam a forma, a consciência, a censura. Os atletas precisam e devem improvisar, inovar, desde que cumpram as obrigações táticas e não ultrapassem os limites estabelecidos. Assim é também na vida.
Mas, se o esquema é muito rígido e repressor, inibe a espontaneidade e a criatividade. A vida e o futebol ficam sem graça.


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