São Paulo, domingo, 13 de maio de 2007

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JUCA KFOURI

Começou. Mas quase em segredo


O Campeonato Brasileiro de 2007 começou ontem à noite meio clandestinamente, como um filho enjeitado


O CAMPEONATO Brasileiro começou ontem. E às 18h10.
Sem nenhuma pompa ou circunstância, como sempre, porque a CBF o trata como mera obrigação, nada que mereça promoção.
E começou com o campeão de 2006 em seu estádio, com portões fechados. Nada mais estimulante.
Abrir o principal torneio do país pentacampeão mundial com um jogo no Mineirão, no domingo, às 16h, entre os campeões das séries A e B, com alguma solenidade, mataria a cartolagem pelo esforço de criatividade, como parece ter matado depois que Grêmio e Corinthians fizeram a abertura em 2006.
Mas deixa para lá.
É chover no molhado, porque todo ano é assim e não adianta.
Esforço de criatividade, também, é o que os torcedores exigem dos colunistas, sempre provocados a apontar os favoritos ao título e ao rebaixamento antes de os campeonatos começarem. Exercício tão corriqueiro como inútil, daqueles que mesclam obviedades com chutes que passam longe do gol.
No ano passado, por exemplo, o Corinthians era apontado como candidato ao bicampeonato.
Foi o que se viu.
Por pouco não caiu.
Hoje deve estar entre os candidatos ao rebaixamento.
Vai ver, as contratações por atacado dão certo e o time até surpreende, por mais que nada indique.
Dizer que Santos, São Paulo, Grêmio e Botafogo são os times que pintam como os que lutarão por vagas na Libertadores e pelo título também é sangrar em saúde.
Hemorragia semelhante é apontar os times do Nordeste como os principais candidatos à degola.
Fato é que não temos nenhum time dos sonhos.
E, pior, temos pelo menos a metade dos 20 concorrentes em fase de transição, ou com técnicos novos ou ainda em formação de elenco, quando não as duas coisas ao mesmo tempo. Prova de que os campeonatos estaduais não serviram nem como preparação, porque como parâmetros de avaliação técnica não servem já faz tempo.
O que se pode prever é mais um campeonato equilibrado e sem que o torcedor tenha o tratamento que merece, cada vez mais estimulado a ficar em casa e ver pela TV, porque também para o desconforto, desde a simples compra de ingressos até o medo de violência, a CBF se faz de cega, muda e surda.
Ainda mais agora, preocupada em mostrar ao mundo um país que não existe na Copa de 2014.

A Copa
Por falar nisso: o governo de São Paulo fechou questão, mesmo contra a posição do presidente da FPF e do secretário paulistano de Esportes, e responderá o que lhe cabe no caderno de encargos da Fifa apenas com o Morumbi como candidato a receber jogos em 2014.
Tanto Marco Polo Del Nero como Walter Feldman, que é tricolor, morrem de amores por uma área no Bom Retiro, que abriga o Estádio Municipal de Beisebol Mie Nishi. Ricardo Teixeira parece gostar da idéia, e não é porque sejam fãs do esporte do bastão nem porque o bairro seja um simpático e tradicional reduto da colônia judaica.
Então, por quê? Eu não sei!

blogdojuca@uol.com.br


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