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Com verba e TV, Brasil repatria seus astros
Giba pode seguir companheiros, deixar a Rússia e disputar Superliga de vôlei
Retorno de brasileiros ao país coincide com maior exposição do Nacional e regra que limita número de estrangeiros por equipe
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais importante atacante da
atualidade, Giba pode selar hoje seu retorno ao país.
A transferência do jogador,
se concretizada, será a mais
emblemática transação de uma
temporada já marcada pelo início do repatriamento dos principais nomes do vôlei nacional.
Marcelinho, Samuel Fuchs e
Anderson, presenças constantes no time de Bernardinho, já
acertaram com times nacionais. O líbero Escadinha negocia sua saída da Itália.
O fenômeno também atingiu
o vôlei feminino. Sheilla e Mari
podem deixar o vôlei italiano
para defender o Rio de Janeiro.
A meio-de-rede Carol Gattaz,
também convocada pelo técnico José Roberto Guimarães, já
reforça a equipe carioca.
O movimento de retorno dos
principais atletas do país coincide com medida da federação
internacional que limita o número de estrangeiros por time,
anunciada oficialmente ontem.
A nova regra será implementada de forma progressiva nos
próximos três anos até limitar a
apenas dois o número de estrangeiros em quadra por time.
A União Européia diz que a
determinação é ilegal em virtude das leis de trabalho e livre
circulação entre seus países.
Mesmo assim, a entidade que
comanda a modalidade classificou a regra como "decisão histórica para a família do vôlei".
Jogadores da seleção brasileira que atuam na Itália já haviam feito protesto para que a
medida não fosse aprovada.
O país europeu será um dos
principais afetados pela medida. Seu Nacional é o mais disputado no mundo, principalmente porque tinha número
ilimitado de estrangeiros.
Para empresários desses
atletas, no entanto, a nova regra não foi fator decisivo para o
início do retorno ao país.
A grande exposição da Superliga de vôlei na TV aberta, novidade da última edição, teria encorajado os clubes a investirem
mais na nova vitrine.
"Todos os anos havia propostas. A mudança agora é que as
ofertas do Brasil estão bem
mais próximas das européias. O
limite de estrangeiros não é
problema para os jogadores top
do país. Se um time de fora quiser reforços estrangeiros, irá
optar pelos brasileiros", afirma
Jorge Assef, empresário de Giba, entre outros.
Os principais afetados pela
nova regra da federação internacional devem ser jogadores
de nível intermediário ou baixo. Atletas que não encontravam espaço no Brasil e passaram a se aventurar fora por salários muitas vezes irrisórios.
Esses jogadores começaram
a sair em maior número puxados pelo êxodo das estrelas da
seleção, que ocorreu de forma
mais expressiva após a conquista do Mundial de 2002.
O fenômeno já havia sido experimentado depois do ouro
olímpico em Barcelona-1992.
Giovane, um dos principais alvos após a conquista da medalha, agora sai em busca de atletas para trazer de volta ao país.
O técnico da Unisul tinha como prioridade para esta temporada tirar Marcelinho da
Grécia. Além da contratação do
levantador titular da seleção,
sua equipe fechou com o oposto Anderson, que havia voltado
ao Brasil no ano passado.
"Para retornar, o Anderson
aceitou proposta abaixo das
que havia recebido de clubes lá
fora. Mas acredito que, neste
ano, nenhum jogador deva perder dinheiro", diz Assef.
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