Nadadora ainda espera uma resposta da federação internacional sobre doping

Alan Marques/Folha Imagem

Rebeca Gusmão sorri em coletiva em Brasília, na qual disse ter vendido carro para custear processo

JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de estar suspensa há seis meses por suspeita de doping e de não ter garantia de que será absolvida a tempo de disputar a Olimpíada, em agosto, a nadadora Rebeca Gusmão, 23, diz que treina seis horas todos os dias e que vai "para essa Olimpíada" e vai "trazer essa medalha para o Brasil".
"Eu não vou deixar ninguém, ninguém, tirar esse sonho de mim", disse a nadadora, que chorou durante entrevista coletiva ontem, ao falar do apoio dos fãs e da família.
Rebeca disse que pensou em desistir de competições no início da "turbulência" das suspeitas de doping, por ter sido "condenada sem defesa", mas afirma que não pensa mais nisso. Pensa na medalha dos 50 m livre -única prova que pretende disputar se for liberada.
Se o apoio emocional não faltou à atleta, o financeiro sim. Ela disse que teve de vender seu carro para pagar parte dos custos do processo que enfrentava na Corte de Arbitragem do Esporte, na Suíça. Ela diz que espera recuperar patrocinadores e fazer os treinos pré-olímpicos nos Estados Unidos.
A participação de Rebeca em Pequim depende, no entanto, do resultado do caso de suspeita de doping de 2007. Um exame feito pela Fina (Federação Internacional de Natação), em 13 de julho, apontou níveis anormais de testosterona.
Ainda há outro caso de suspeita de manipulação da urina destinada a exames antidoping feitos na atleta durante o Pan.
A defesa da atleta disse que espera que o julgamento ocorra em até duas semanas.
O outro caso de suspeita de uso de substâncias irregulares, esse de 2006, foi avaliado pela Corte de Arbitragem do Esporte, e seu resultado foi detalhado ontem. Segundo a equipe de Rebeca, a corte não aceitou a apelação da Fina nem as punições solicitadas -perda de medalhas, de recordes e suspensão. O motivo, ainda de acordo com a equipe, é uma falha nas etapas do processo de apuração da irregularidade.
O advogado de Rebeca, Breno Tannuri, diz que, agora, cabe à federação internacional decidir se dá andamento ao caso ou se o deixa de lado.


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