São Paulo, quarta-feira, 13 de maio de 2009

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TÊNIS

História de vida


Cocaína afasta revelação Richard Gasquet das quadras, mas lhe dá tempo para ver se realmente quer ser tenista


RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

O MOVIMENTO de culto às celebridades elevou muitos tenistas à condição de estrelas. A organização do circuito e o maior poder de negociação dos jogadores tornaram a vida deles um paraíso.
Aos ganhos dos prêmios somam- -se quantias milionárias com contratos de publicidade. Fora dólares embolsados apenas para aparecer em um torneio. Não estão computados outros mimos, como relógios, carros, viagens, joias, roupas e até uma valiosa vaquinha leiteira que, por exemplo, a organização de um torneio dava ao campeão.
Viagens de primeira classe, motorista e carro de luxo à espera, tratamento privilegiado em hotéis e clubes, facilidades, conforto de rainha, poderes de rei, para uma só pessoa. Não lhe faltam garotas, loiras, morenas, europeias, asiáticas, latinas, todas deslumbrantes. Fãs, colegas, motoristas, seguranças, amigos, o quem é quem nesse mundo rico, novo e cheio de glamour, tudo isso pode ser confuso para um jovem tenista que chega ao estrelato.
Richard Gasquet, desde criança, foi criado e trabalhado para ser um tenista profissional de ponta. Talentoso, chegou a ser sétimo do ranking e a desfrutar dessa vida. Incrivelmente, em quadra, desperdiçava oportunidades de provar ao mundo (e a si mesmo) que era um dos mais competitivos e durões do circuito.
Gasquet disse certa vez que não aguentava tanta pressão. Foi flagrado batucando uma mensagem em seu celular enquanto o pau comia na Copa Davis à sua frente. Já deu sinais de que o tênis parece um fardo. Aparentemente, Gasquet, 22 anos, caiu na bobeira de alguma companhia e, agora, foi pego em exame que detectou uso de cocaína pouco antes do Masters Series de Miami, justamente um dos torneios mais badalados e cheios de mimos e festas que existem no circuito. Besteira feita, o jovem francês deve enfrentar uma suspensão de dois anos.
É tempo para esfriar a cabeça e se dedicar à sua fundação, criada para ajudar adolescentes que não encontraram seu lugar na sociedade e têm problemas de falta de confiança. E ver se o tênis é o que realmente quer.

EM SÃO PAULO
A Hebraica, a partir do dia 21, abriga o Grand Champions, com Marcelo Ríos, Thomas Enqvist, Sergi Bruguera, Emilio Sanchez e Fernando Meligeni, entre outros.

EM BLUMENAU
Depois de três edições em Florianópolis, o Aberto de Santa Catarina, evento da série challenger, passa ao Tabajara Tênis Clube. Os jogos, no saibro, vão até domingo.

PELO BRASIL
Júlio Silva derrotou Leonardo Kirche em dois sets na final do Future de Campinas, na Hípica. Nesta semana, o interior goiano recebe o Future de Rio Quente.

reandaku@uol.com.br


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