São Paulo, quarta, 13 de maio de 1998

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FUTEBOL
Desportiva Vitória registra casos de parentes tralhando juntos que vão desde a cozinha até a presidência
Time funciona como 'grande família'

EDUARDO DE OLIVEIRA
da Agência Folha

A Associação Desportiva Vitória, clube de Vitória de Santo Antão (PE) que atualmente disputa a primeira divisão do Campeonato Pernambucano, mais parece uma grande família.
A marca do "nepotismo" está presente na Desportiva Vitória desde a sua fundação, em 1990.
Há casos de parentes trabalhando juntos que vão desde a cozinha, passando pelos diversos departamentos da agremiação desportiva, até a presidência do clube.
O time surgiu da vontade de algumas pessoas de colocar um novo time na disputa do Campeonato Pernambucano.

Parentes
Dentre elas, estavam Paulo Roberto Arruda, atual presidente da Desportiva, e Geraldo Lima, sogro de Arruda, que é o atual presidente do Conselho Deliberativo.
A cozinheira Cilene Maria, que está na Desportiva desde 92, indicou sua irmã Selma, que começou a trabalhar no clube em 95.
O irmãos gêmeos Cosme e Damião sonhavam em ser jogadores do time.
Eles chegaram ao clube em 95, para fazer um teste na equipe de juniores.
Mas, segundo Paulo Roberto Arruda, presidente do clube, "eles não possuíam futebol suficiente para ser jogadores" e, por isso, ficaram na Desportiva como massagista -Cosme- e roupeiro -Damião.

Goleiro
O goleiro Clodoaldo Silva chegou à Desportiva Vitória no mesmo ano.
Após conquistar espaço no time e se tornar titular, pediu ao presidente, no final do ano passado, que desse uma chance para que seu irmão Rivelino fizesse um teste na equipe principal.
A comissão técnica do clube gostou de Rivelino e contratou-o. Seus nomes são uma homenagem aos jogadores Rivellino e Clodoaldo, que compunham a seleção brasileira que venceu o Mundial de 70.
O zagueiro Lima Paulista, que chegou ao clube em 94, é irmão do goleiro reserva Edglei, que já defendeu outra equipe que participa do Campeonato Pernambucano, o Santa Cruz.

Artilharia
Um dos artilheiros e destaques da equipe, o centroavante Ronaldo Falcão, foi contratado pela Desportiva no ano passado, após ter sido artilheiro Campeonato Sergipano de 95 jogando pelo Clube Esportivo Sergipe.
No começo deste ano, seu irmão Paulo César, que já fez parte do Atlético Paranaense, foi contratado pela equipe pernambucana.
"Como precisávamos de um meia e já o conhecíamos, resolvemos trazê-lo para a nossa equipe", disse o presidente do clube.
Arruda afirma que só tomou consciência de que tantos irmãos trabalhavam juntos no clube no início do Estadual deste ano e que nada fora planejado.
Ele declara que apesar de haver tantos familiares trabalhando no clube, nunca nenhum problema familiar atrapalhou os trabalhos na Desportiva Vitória.

Fator positivo
Segundo alguns funcionários do clube pernambucano, o fato de vários funcionários serem parentes é um fato positivo.
Nelson dos Santos, supervisor técnico da equipe principal, acha que o "nepotismo" até ajuda. "Trabalhamos como uma grande família, um sempre ajuda o outro", diz. "Quando nos demos conta que tantos familiares trabalhavam juntos, o clima pareceu ter ficado até mais agradável no clube."



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