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Superfavorito, mas...
Com Ronaldinho como astro e dona de cinco títulos mundiais, seleção estréia às 16h contra a Croácia
Brasil repete histórias desde 1962, quando levou o bi
Rivais, Argentina e Inglaterra começam devagar
EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A BERLIM
TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Para quase todo mundo, é
uma barbada. A partir de hoje,
quando faz sua estréia contra a
Croácia, às 16h, em Berlim, o
Brasil inicia na Copa da Alemanha a busca pelo hexa no melhor estilo "fava contadas".
O triunfo, anunciado nos
quatro cantos do planeta, seria
um repeteco do que aconteceu
no Chile há 44 anos, a única vez
na história em que o Brasil conseguiu defender o seu título.
A equipe atual tem semelhanças incríveis com o time de
Garrincha, dono de dribles
inesquecíveis -como são os
executados por Ronaldinho,
eleito duas vezes pela Fifa o
melhor jogador do mundo.
Como o time de 1962, o atual
tem média de idade de quase 30
anos, dois laterais recordistas
de partidas com a camisa amarela (Djalma Santos e Nilton
Santos x Cafu e Roberto Carlos) e um ídolo com problemas
físicos (Pelé x Ronaldo).
Como Aymoré Moreira, que
apostou na base montada por
Vicente Feola em 1958, Carlos
Alberto Parreira vai usar muitos dos que ganharam o penta
com Scolari há quatro anos.
Sinal inequívoco de sua superioridade, a seleção está na liderança do ranking da Fifa desde
julho de 2002 -47 meses. Nesse período, o ranking de entradas do tênis masculino, por
exemplo, teve seis trocas de líderes; no feminino, foram 13
mudanças. Até na F-1, caracterizada por monopólios históricos, nove pilotos e cinco equipes venceram desde então.
A atual seleção seria comparável ao "Dream Team" do basquete norte-americano, ouro
na Olimpíada de Barcelona? Se
os números servirem de parâmetro, não. É melhor.
Os titulares hoje contra a
Croácia somam 32 títulos internacionais pela seleção. Os 12
americanos que assombraram
o mundo há 14 anos, juntos, ostentavam 12 troféus na NBA.
O Brasil ainda tem a chance
de bater ou igualar vários recordes individuais e coletivos.
Bastam três gols para Ronaldo se transformar no maior artilheiro das Copas, superando o
alemão Gerd Müller -são 12
gols para o brasileiro contra 14
do atacante que fez história nos
Mundiais de 1970 e 1974.
"Ele tem a oportunidade de
bater muitos recordes. Acho
que nestas três semanas ele se
preparou bem e vai crescer durante a competição", disse Parreira, outro que pode colocar
seu nome na história caso o
Brasil confirme seu favoritismo -o país é disparado o mais
cotado para ficar com a taça nas
bolsas de apostas londrinas.
Se o hexa chegar, Parreira será o segundo treinador da história a ganhar o Mundial por
duas vezes -o primeiro foi o
italiano Vittorio Pozzo, em
1934 e 1938. Outra marca da
Itália na época pode ser arrasada já hoje, caso o Brasil vença os
croatas: o país passará a contar
com a maior seqüência invicta
da história das Copas, com oito
triunfos (somando os sete do título com 100% de aproveitamento há quatro anos).
Missão "fácil" para quem disputou todas as Copas (caso único) e que, para muita gente, só
não será campeão se o imponderável aparecer na Alemanha.
Esse é o lado bom da história.
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