Cubano Dayron Robles derruba tempo de Liu Xiang nos 110 m com barreiras a dois meses da Olimpíada de Pequim

Chinês, que não vive boa fase, foi desclassificado em sua última competição no exterior antes dos Jogos, no último domingo, nos EUA

DA REPORTAGEM LOCAL

Maior nome do esporte olímpico chinês, Liu Xiang, 24, perdeu ontem o status de recordista dos 110 m com barreiras.
Dayron Robles, 21, fez a melhor marca da história da prova (12s87) no GP de Ostrava.
O tempo do cubano é 0s01 mais rápido do que a marca anterior, em poder de Liu desde 2006. "Que belo tempo. Não o esperava", festejou Robles. "Estou muito satisfeito. Não sei se posso vencer Xiang em Pequim. Vamos ver", completou.
A declaração do cubano jogou mais pressão sobre o rival, uma das maiores apostas de ouro chinês nos Jogos de Pequim.
O velocista, porém, não faz uma grande temporada. Sob pretexto de se preservar para os Jogos, tem participado de poucos eventos. E, quando vai à pista, não colhe grandes resultados, com exceção do ouro nos 60 m com obstáculos no Mundial indoor, em março. Na pista descoberta, porém, não correu abaixo dos 13s em 2008.
Pior: em sua última prova, no domingo, nos EUA, acabou desclassificado após queimar a largada. "Não sei o que aconteceu. É uma pena. Mas isso já é passado", consolou-se Liu.
O chinês pretende participar de apenas mais uma ou duas corridas em seu país antes da Olimpíada. Embora os detalhes sejam quase segredo de Estado, o chinês tem enfrentado pequenas contusões. "Sua lesão na perna não afeta nossos treinamentos", desconversa Sun Haiping, técnico do chinês.
Além de Xiang, o outro grande nome da China também não se encontra em suas melhores condições. O pivô Yao Ming, que atua na NBA pelo Houston, sofreu uma fratura por estresse no pé esquerdo em março.
As más condições deles podem fazer da tarefa da China ainda mais árdua nos Jogos. O país ambiciona superar os EUA no quadro geral de medalhas.
Foi numa Olimpíada, em Atenas-04, que Liu despontou. Ele faturou o ouro nos 110 m com barreiras, o primeiro da China em provas de velocidade no atletismo. Não bastasse isso, igualou uma marca de 11 anos do inglês Colin Jackson: 12s91. Dois anos depois, arrebataria o recorde na Suíça, com 12s88.
"Na corrida, só pensava: "Acelera, acelera, acelera mais". Sabia que ia correr rápido. Estava nervoso e, ao ver o tempo, fiquei impressionado, louco", falou Robles, o novo recordista.