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Cabeçada
Zidane pede desculpas, mas não se arrepende
Astro diz que quase socou a garganta de Materazzi pelas ofensas à mãe e à irmã
Francês, que tem convites de times da China, não foi assertivo sobre seu adeus do futebol e disse "esperar" que o ato de parar seja definitivo
DA REPORTAGEM LOCAL
Três dias após surpreender o
planeta ao ser expulso na final
da Copa do Mundo por agredir
um adversário, o astro francês
Zinedine Zidane pediu desculpas pela cabeçada no zagueiro
italiano Materazzi, mas disse
que não se arrepende do gesto.
"É algo que não se deve fazer,
foi visto por 3 bilhões de pessoas no mundo todo, e especialmente por milhões de crianças.
Por elas, eu peço desculpas",
afirmou o ex-jogador em duas
entrevistas, uma para a rede
aberta "TF1" e outra para a
emissora paga "Canal Plus".
O meia não aceitou que as declarações fossem transmitidas
ao vivo, como inicialmente cogitavam os canais. Conseguiu
negociar um pequeno atraso
entre gravação e exibição.
Zidane foi sereno ao relembrar os momentos que antecederam a insólita agressão.
O francês disse que o italiano
insultou sua mãe e sua irmã e
confirmou que a rusga começou pouco antes da cabeçada,
porque Materazzi segurava a
sua camisa ostensivamente.
"Disse que após o jogo poderíamos trocar as camisas, e então ele falou palavras muito duras. Coisas graves que ele repetiu várias vezes", revelou.
Zidane -cuja mãe, Malika,
estava hospitalizada no dia da
decisão do Mundial alemão-
disse que ficou tão transtornado ao ouvir os insultos que chegou a pensar em "dar um soco
na garganta" no adversário.
"Não posso me arrepender
do meu gesto, porque isso significaria que ele [Materazzi] teria razão de dizer tudo aquilo."
Entrevistada pelo jornal alemão "Bild", Malika Zidane deu
razão ao filho e disse que, se o
italiano a xingou, "só posso sentir desprezo" e "então quero
seus testículos em um prato".
O tetracampeão negou que
tenha ofendido a família de Zidane. "Não falei nada sobre raça, religião ou política. Não falei
sobre a mãe dele também, nem
sabia que ela estava no hospital.
Espero que ela se recupere logo", afirmou Materazzi.
As declarações do defensor
não chegaram a ser um desmentido porque foram feitas
antes das entrevistas na TV
francesa irem ao ar.
Nas duas aparições, o meia
não deixou claro se realmente
deixou o futebol, como havia
anunciado que faria antes da
Copa. Com a agressão, ele corre
risco de ser suspenso entre
quatro e seis partidas pela Fifa.
"Não vou voltar atrás. Pelo
menos, eu espero que [a decisão de parar de jogar] seja definitiva", disse, dando margem a
uma reviravolta. Ele tem convites de dois times chineses que
querem usar sua imagem para
alavancar o futebol no país.
A agressão também não significou perda financeira para
Zidane. Todos os seus patrocinadores reafirmaram ontem
que os contratos assinados com
o astro continuam valendo.
Com a Adidas, fabricante de
material esportivo, o francês
tem contrato pelo menos até
2017, ou seja, mais de duas Copas. Com a italiana Danone, o
contrato é um pouco mais curto -vai até 2014.
Com agências internacionais
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