São Paulo, segunda-feira, 13 de agosto de 2007

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Corinthians deixa a zona da degola e preserva treinador

Em partida dramática, time, que perdia até os 36min do segundo tempo, vira o jogo com gols de Finazzi e Gustavo Nery; Carpegiani desiste de demissão

Corinthians 2
Grêmio 1

Antônio Gaudério/Folha Imagem
O goleiro Felipe festeja o gol da virada do Corinthians sobre o Grêmio, ontem à tarde, no retorno da equipe paulista ao Pacaembu

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

A volta corintiana ao Pacaembu foi sofrida e, até poucos minutos do fim de um jogo dramático contra o Grêmio, indicava um desfecho tenebroso. O time perdia por 1 a 0, a torcida protestava, e o técnico Paulo César Carpegiani estava prestes a entregar seu cargo.
Mas uma reação, consirada pelo técnico como "histórica", mudou completamente o cenário. Em dois minutos, a equipe virou a partida, deixou a zona de rebaixamento e deu novo fôlego ao treinador, que está irritado com a saída de Rubens Gomes, que o contratou, da vice-presidência de futebol do clube.
Aliviado após a vitória que levou o time à 15ª posição, com 23 pontos, Carpegiani diz que segue com o trabalho e afirma que a decisão do presidente do Corinthians, Clodomil Orsi, de mudar o departamento é "política" e que não se envolverá.
Mas dedicou a vitória ao vice afastado e a Ilton José da Costa, gerente de futebol demitido.
"Acima de mim e dele [Orsi], está o Corinthians, e ele tem de fazer o que achar melhor. Mas eu quero falar do time. A persistência em busca da vitória foi fundamental e se fez justiça."
Quem comandou a virada foi o atacante Finazzi, que retornou ao time após 20 dias afastado por decisão do treinador. Ele marcou o gol de empate e deu a assistência para Gustavo Nery fazer o segundo.
O Corinthians foi, durante a maior parte do primeiro tempo, melhor em campo. Tocava com eficiência a bola, mas demonstrava incompetência nas finalizações. O atacante Clodoaldo, por exemplo, perdeu gol feito na frente de Saja.
O Grêmio, que marcava forte, tentava explorar os contragolpes e os vacilos da defesa rival. Foi exatamente assim que o time do Parque São Jorge foi golpeado. Bruno Octávio se atrapalhou ao tentar rebater a bola, que sobrou para Tcheco.
Ele chutou fraco, a bola resvalou em Felipe e Carlos Eduardo tocou com o gol livre para fazer 1 a 0, aos 38min.
O erro defensivo fez a torcida corintiana se revoltar contra Carpegiani, Edson e Clodoaldo. O treinador, que ouviu gritos de "burro", mudou o time na segunda etapa. Sacou o ineficiente Clodoaldo e pôs Finazzi, que não fora relacionado nas cinco partidas anteriores da equipe.
O time até começou bem, obrigando Saja a boas defesas. Mas a empolgação corintiana não durou muito. Uma nova série de lambanças da defesa, protagonizada pelo zagueiro Kadu e pelo lateral Edson, irritou de vez os torcedores.
Novamente os gritos de "burro" ecoaram pelo Pacaembu quando Carpegiani tirou o atacante Everton Santos e colocou Wilson -a torcida queria a saída de Edson, que errava muitos passes e tinha dificuldade para apoiar o ataque.
Os gremistas, mais organizados em campo, aproveitavam-se do nervosismo que tomou conta do adversário. Carlos Eduardo acertou a trave de Felipe e, depois, obrigou o goleiro corintiano a excelente defesa.
Mas restavam ainda pouco mais de dez minutos para o final. E Finazzi, que até então estava desaparecido em campo, mudou a história da partida.
Após cobrança de escanteio, a bola foi desviada e sobrou para o atacante, livre na área, cabecear para igualar o placar, aos 36min. Dois minutos depois, Gustavo Nery arrancou e tocou para Finazzi, que escorou para o companheiro, da entrada da área, marcar um golaço.
O nervosismo passou para o lado gremista. O técnico Mano Menezes reclamou com o árbitro e foi expulso. A torcida corintiana, após final tenso, fez as pazes com o time e comemorou a vitória como um título.


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