São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 2002

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BASQUETE

Todas as brasileiras que disputam Mundial vieram de seleções de base

Brasil aposta em "juvenis" para ir ao pódio na China

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A experiência das "juvenis" brasileiras é um dos principais trunfos do técnico Antonio Carlos Barbosa para conseguir uma boa colocação para o país no Mundial da China, que começa amanhã.
"Tivemos pouco tempo de treinamento, mas contamos com uma base que joga junta há alguns anos", afirmou o treinador.
Todas as jogadoras do elenco brasileiro na China já disputaram o Mundial juvenil -o país é a única equipe entre as de ponta que conta com essa experiência nas categorias menores.
"O investimento na base é importante para o time adulto. As atletas chegam à equipe principal com a experiência de já terem enfrentado as melhores seleções do mundo", destacou o treinador.
A seleção feminina não disputou a primeira edição do torneio juvenil, em 1985. A partir daí, porém, não ficou ausente de nenhum Mundial e sempre chegou ao menos até as quartas-de-final.
A primeira geração que representou o país na competição foi a das alas Janeth e Adriana e da armadora Helen, em 1989.
No Mundial juvenil de 1993, quando a seleção contou com quatro atletas do atual elenco (Claudinha, Silvinha, Alessandra e Cíntia Tuiú), o Brasil ficou em quinto. O técnico Miguel Angelo da Luz usou as juvenis para obter, no ano seguinte, o maior feito do basquete feminino do país: o título do Mundial da Austrália.
Daquele elenco, sete atletas haviam disputado o torneio de base: Janeth, Adriana, Helen e Simone Pontello, em 1989, e Alessandra, Leila e Cíntia Tuiú, em 1993.
"Todo técnico que assume a seleção reclama da falta de intercâmbio", analisou Miguel Angelo.
Para o treinador, a experiência das ex-juvenis foi fundamental para a conquista do Mundial da Austrália -o Brasil derrotou a China na decisão por 96 a 84.
"Naquele Mundial não tivemos tanto esse problema [de falta de experiência internacional". Nossa pontuação era carregada por Paula e Hortência. Mas pegamos uma geração nova, com potencial. Era o caso de Janeth, Leila, Alessandra e Cíntia", lembra Miguel Angelo.
No Mundial-1998, disputado na Alemanha, o Brasil teve uma representação ainda maior de atletas vindas das seleções de base.
Das 12 jogadoras do time que terminou em quarto lugar, nove já haviam atuado pela equipe brasileira em algum Mundial juvenil.
"É importante dar experiência para as mais jovens. Em 1998, levei a Kelly ao Mundial. Neste ano, estamos com duas atletas que atuaram no Mundial juvenil de 2001 [Erika e Iziane]", disse Barbosa. "A base das juvenis ajudou a fazermos uma transição tranquila após Paula e Hortência deixarem a seleção. Hoje temos a Janeth, que também é veterana [está com 33 anos]. Mas creio que vamos manter o nível mesmo depois da saída dela", concluiu ele.



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