São Paulo, terça-feira, 13 de setembro de 2011

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LÚCIO RIBEIRO

O craque da rodada


Jogo importante, vitória dramática, tudo para marcar o renascimento de Kleberson. Se ele tivesse jogado


ESQUECE O DAMIÃO. De um jeito torto, ou de um modo mais "alternativo", o craque da última rodada do Brasileirão foi o meia Kleberson, do Atlético-PR. Que nem em campo esteve. Antes de explicar a bizarrice da eleição, um ajuste no título da coluna: "O não craque da rodada".
Nessa de falar de Ronaldinho e Rivaldo e a pressão que a "velha guarda" da seleção exerce sobre a jovem geração (coluna da semana passada), lembrei-me do Kleberson. Tão penta em 2002 como os colegas citados e também atuando no Brasileiro, passei a acompanhá-lo com uma câmera exclusiva imaginária. E vi que se encontra numa má fase misturada a uma maré de azar daquelas.
Kleberson não é um jogador qualquer, desses que caem no esquecimento geral com uma temporada infeliz somada ao abandono da sorte.
Sua carreira mostra que: (1) ajudou o Atlético-PR a alcançar um inesperado título nacional em 2001; (2) esteve em duas Copas, ambas como "convocação-surpresa". Na primeira, ganhou a vaga de titular na unha. Fez jogadas importantes contra Bélgica, Inglaterra e Alemanha. A surpresa vingou; (3) em 2003, foi contratado pelo Manchester United.
Chegou surpreendendo com fama de "novo Verón", de certa forma herdou o lugar de Beckham e dormiu na concentração com Cristiano Ronaldo. Kleberson e Ronaldo foram apresentados juntos. O craque era Kleberson.
Encarou uma aventura turca, passou pelo Flamengo que levou o Brasileiro-09 e voltou ao Atlético-PR. Kleberson, 32, não é velho entre os velhos. Rivaldo tem 38. Ronaldinho, 31.

ACONTECE QUE...
O Atlético-PR frequenta há tempos a região dos candidatos ao descenso. Numa derrota em casa contra o Atlético-MG, foi substituído sob vaias da torcida. Perdeu o lugar no time, o time perdeu o técnico. Na estreia de Antônio Lopes, foi para o banco ante o Grêmio, fora. À medida que a goleada gaúcha ia se consumando, Lopes mexia no time. Trocou três jogadores, não pôs Kleberson. Contra o Palmeiras, em sofrido empate na Arena, entrou no segundo tempo. Aí chegamos a anteontem.
Diante da difícil partida contra o Flamengo no Rio, o titular Cleber Santana estava suspenso. Podia ser a chance de Kleberson voltar à titularidade. Mas foi impedido de jogar contra o ex-time, por conta de contrato. Na mais importante vitória do Atlético-PR no Brasileirão, num jogo que mexeu com a classificação em cima e embaixo, na partida que Kleberson tinha que ter jogado, ele não jogou por causa de uma cláusula de contrato. Reage, Kleberson! Hora de surpreender de novo.


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