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América do Sul repete roteiro em eliminatórias
Classificatório fecha 1º turno com as seleções de sempre na ponta e na rabeira
Mesmice no qualificatório
agrada aos pequenos, que
majoram suas rendas, e aos
grandes, que vêem quase
nulas chances de eliminação
DO ENVIADO A SAN CRISTÓBAL
Não é só a ordem dos jogos
que se repete nas eliminatórias
sul-americanas. O primeiro
turno do classificatório para o
Mundial de 2010 acabou ontem
com praticamente o mesmo cenário que a metade inicial dos
torneios para 2002 e 2006.
Nas três ocasiões, sempre
com mesma seqüência e mando de jogos, Argentina, Brasil e
Paraguai ocupavam as três primeiras posições -só a ordem
entre eles foi alterada.
Na primeira edição, a Argentina era a líder. Na segunda, o
Brasil; e, agora, o Paraguai.
Os três acabaram classificados ao final das duas edições
passadas, assim como o Equador, que era o quinto no classificatório para 2002 e o quarto
no de 2006 ao final do primeiro
turno. Com a vitória diante do
Chile (1 a 0), ontem, em casa, os
equatorianos ficaram a um
ponto da zona de classificação.
A mesmice sul-americana foge do que acontece em outras
partes do mundo.
Na África, dos cinco times
que foram para a Copa de 2002,
só a Tunísia repetiu a dose em
2006. Na Europa, seis países
que estiveram no Mundial do
Japão e da Coréia do Sul ficaram de fora na competição disputada na Alemanha há pouco
mais de dois anos.
A pasmaceira sul-americana
acontece mesmo com uma queda de rendimento das duas
maiores potências da região.
Juntos, argentinos e brasileiros somam, agora, 32 pontos.
Nas eliminatórias passadas tinham, nesse mesmo momento
do torneio, 37 pontos. No qualificatório para 2002, eram 39.
Para Dunga, o técnico do time nacional, as eliminatórias
sul-americanas são mais difíceis que o próprio Mundial, discurso que já havia sido adotado
por Carlos Alberto Parreira,
seu antecessor no cargo.
Os times que começam o segundo turno praticamente alijados da disputa pelas vagas no
Mundial da África do Sul também pouco mudaram.
Peru, Bolívia e Venezuela estão nas últimas três posições,
assim como acontecia ao final
do primeiro turno das eliminatórias para 2002 e, no caso de
peruanos e bolivianos, no classificatório para 2006.
Apesar da falta de novidades,
de ser bastante longo e motivo
de crítica dos clubes europeus,
que reclamam por perder seus
jogadores por dez dias nove vezes em dois anos, o formato
atual das eliminatórias não deverá mudar no curto prazo.
Para os times mais fracos, o
torneio, com nove jogos em casa, é uma oportunidade de ouro
para faturar com bilheteria,
venda de direitos de transmissão e placas de publicidade.
Já nos casos dos grandes da
região, as regras atuais são boas
porque reduzem, e muito, a
chance de eliminação -mesmo
com o futebol pouco animador
de brasileiros e argentinos na
maioria de suas exibições neste
qualificatório para a Copa.
A CBF também não tem do
que reclamar economicamente
das eliminatórias. Nos quatro
jogos que fez em casa no primeiro turno, a entidade teve arrecadação bruta de quase R$ 15
milhões.
(PAULO COBOS)
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