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JUCA KFOURI
Seleção, Brasileirão e abutres
Os canarinhos como
há tempos não se via, o campeonato da emoção e
o especialista em urubus
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SAN CRISTÓBAL teve uma ilusão,
logo no começo do jogo, quando o goleiro venezuelano fez
um lançamento de área a área e Júlio César teve de fazer duas defesas
para evitar o gol. Da ilusão ao fim do
jogo foram apenas sete minutos.
Porque Robinho armou um contra-ataque em seguida para Kaká fazer um belo gol e o próprio Robinho
deu, logo depois, uma varada de fora
da área para fazer 2 a 0. Fim de papo.
Restava saber se o time de Dunga
deixaria complicar o que estava fácil,
como fazia tempo não acontecia, ou
trataria de golear a Venezuela num
gramado mais europeu que sul-americano.
Aos 19min, Adriano respondeu,
sem marcação, ao receber de Elano,
em passe cruzado da esquerda: 3 a 0.
O Brasil jogava como Brasil e a Venezuela, como Venezuela. Mas, convenhamos, algo incomum nesta
época sem bobos no futebol.
Dunga ia garantindo seu posto e as
boas festas de fim de ano -a menos
que, nesta quarta-feira, seja repetida, diante da Colômbia, no Maracanã, a atuação pífia do Engenhão,
contra a Bolívia. Mas é improvável,
porque, imagina-se, o time deve ter
aprendido a lição e não calçará salto
alto, apesar do segundo tempo, ontem, só de Júlio César e de Robinho,
que fez 4 a 0 em passe de Kléber.
A volta do G4
O que era G5 voltou a ser só o que
sempre foi: G4.
Porque o Flamengo despediu-se
da possibilidade de vir a ganhar o
título ao levar um baile de um Galo
de gala no Maracanã lotado.
O tropeço do Palmeiras, em Floripa, foi incomparavelmente menos grave, até pelo fato de estar
muito mais bem colocado.
E as naturais, obrigatórias vitórias em casa de Grêmio, Cruzeiro e
São Paulo apenas comprovaram o
que haverá de dureza até o fim deste Brasileirão, pobre em técnica, rico em emoção.
A 30ª rodada promete.
De abutres e CPIs
Vanderlei Luxemburgo da Silva
honrou-me com uma lacrimejante
carta no último sábado.
Redigida em termos que o próprio signatário é incapaz de entender, a carta irá para meu currículo.
Nela, chama a atenção o fato de
tê-la assinado com seu nome inteiro, sem "w" nem "y", embora, em
seguida, ao dizer que eu denigro
seu instituto, chame a entidade de
Wanderley, em óbvia crise de esquizofrenia, além do já conhecido
complexo de perseguição.
A carta peca, ainda, ao dizer que
escrevi que times na mão dele não
seriam campeões, coisa que jamais
fiz e o desafio a provar.
Apenas me dou ao direito de não
acreditar em Luxemburgo, como
em seu instituto, simplesmente
por tê-lo visto depor nas CPIs.
Seja como for, folguei em saber
que VL, ou WL, tem uma família
exemplar, algo que jamais pus em
dúvida, mesmo quando sua ex-secretária fez o que fez, sem que eu
lhe desse ouvido, como não dei às
histórias sobre manicures, bares e
venda de carros usados.
E me surpreendi ao constatar
que ele não entende apenas de Imposto de Renda ou certidões de
nascimento, mas, também, de abutres. Pensando bem, no entanto,
faz todo sentido.
blogdojuca@uol.com.br
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