|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Palmeirense vai usar a experiência do ex-atleta para incrementar o Nova Iguaçu, time da baixada fluminense
Zinho segue passos do empresário Zico
ALEXANDRE GIMENEZ
enviado especial a Nova Iguaçu (RJ)
"O pequeno aprendiz observou
por anos a fio as façanhas do grande samurai. Depois de algum tempo, decidiu que já era hora de seguir os passos de seu mestre."
A fábula acima poderia ser o resumo das intenções do meia Zinho, do Palmeiras, em relação ao
sucesso do ex-jogador Zico com o
Rio de Janeiro, seu clube-empresa.
O palmeirense pretende usar o
modelo do Rio de Janeiro para
transformar o Nova Iguaçu, time
que fundou na baixada fluminense, num clube-empresa em 98,
com o estímulo da lei Pelé, que está
sendo apreciada pelo Congresso.
"Na prática, já funcionamos como uma empresa. Só falta colocar
no papel", afirmou Zinho.
O primeiro passo do jogador é
tentar firmar um convênio com
um clube japonês. O time de Zico
tem um acordo com o Kashima
Antlers -clube pelo qual jogou e é
atual diretor-técnico-, que garante renda mensal de US$ 25 mil.
Em contrapartida, o clube japonês tem a prioridade para contratar atletas revelados no Rio de Janeiro, além de usar o clube carioca
como estágio para seus jogadores.
Zinho pretende ter um relacionamento similar com o Yokohama
Flugels, equipe pela qual atuou por
dois anos.
Para mostrar boa vontade com
os dirigentes japoneses, o Nova
Iguaçu emprestou, gratuitamente,
o atacante Ânderson, 20, considerado a maior revelação do clube
nos seus sete anos de existência.
O Santos chegou a oferecer US$
250 mil pelo passe do jogador.
"Para nós é mais difícil, pois não
somos um clube da zona sul, como
o do Zico", disse Zinho. O jogador
avalia em US$ 20 mil as despesas
para manter a equipe profissional
no próximo campeonato.
Se conseguir o convênio com o
Flugels, Zinho afirma que o Nova
Iguaçu vai construir um estádio na
área adjacente ao do centro de treinamento.
Imagem
Outra medida a ser tomada por
Zinho é negociar, pessoalmente,
um contrato de patrocínio.
A Energil C dá apoio para o Rio
de Janeiro, além de usar Zico como
seu garoto-propaganda. "Vamos
procurar o banco Real e outras
empresas", disse Zinho.
Para Jânio Moraes, presidente do
Nova Iguaçu e um dos sócios de
Zinho (com outras 16 pessoas), a
presença do atleta nas negociações
de patrocínio é um fator positivo.
"Os empresários querem tratar
diretamente com o ídolo, não
adianta mandar um emissário.
Conversei com o Zinho sobre a
força que ele tem", disse Moraes.
Enquanto o convênio com o time
japonês e o patrocínio não são
concretizados, o Nova Iguaçu sobrevive com contribuições mensais de seus sócios e parcerias com
empresas da região.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|