São Paulo, quinta, 13 de novembro de 1997.



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FUTEBOL
Palmeirense vai usar a experiência do ex-atleta para incrementar o Nova Iguaçu, time da baixada fluminense
Zinho segue passos do empresário Zico

ALEXANDRE GIMENEZ
enviado especial a Nova Iguaçu (RJ)

"O pequeno aprendiz observou por anos a fio as façanhas do grande samurai. Depois de algum tempo, decidiu que já era hora de seguir os passos de seu mestre."
A fábula acima poderia ser o resumo das intenções do meia Zinho, do Palmeiras, em relação ao sucesso do ex-jogador Zico com o Rio de Janeiro, seu clube-empresa.
O palmeirense pretende usar o modelo do Rio de Janeiro para transformar o Nova Iguaçu, time que fundou na baixada fluminense, num clube-empresa em 98, com o estímulo da lei Pelé, que está sendo apreciada pelo Congresso.
"Na prática, já funcionamos como uma empresa. Só falta colocar no papel", afirmou Zinho.
O primeiro passo do jogador é tentar firmar um convênio com um clube japonês. O time de Zico tem um acordo com o Kashima Antlers -clube pelo qual jogou e é atual diretor-técnico-, que garante renda mensal de US$ 25 mil.
Em contrapartida, o clube japonês tem a prioridade para contratar atletas revelados no Rio de Janeiro, além de usar o clube carioca como estágio para seus jogadores.
Zinho pretende ter um relacionamento similar com o Yokohama Flugels, equipe pela qual atuou por dois anos.
Para mostrar boa vontade com os dirigentes japoneses, o Nova Iguaçu emprestou, gratuitamente, o atacante Ânderson, 20, considerado a maior revelação do clube nos seus sete anos de existência.
O Santos chegou a oferecer US$ 250 mil pelo passe do jogador.
"Para nós é mais difícil, pois não somos um clube da zona sul, como o do Zico", disse Zinho. O jogador avalia em US$ 20 mil as despesas para manter a equipe profissional no próximo campeonato.
Se conseguir o convênio com o Flugels, Zinho afirma que o Nova Iguaçu vai construir um estádio na área adjacente ao do centro de treinamento.
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Outra medida a ser tomada por Zinho é negociar, pessoalmente, um contrato de patrocínio.
A Energil C dá apoio para o Rio de Janeiro, além de usar Zico como seu garoto-propaganda. "Vamos procurar o banco Real e outras empresas", disse Zinho.
Para Jânio Moraes, presidente do Nova Iguaçu e um dos sócios de Zinho (com outras 16 pessoas), a presença do atleta nas negociações de patrocínio é um fator positivo.
"Os empresários querem tratar diretamente com o ídolo, não adianta mandar um emissário. Conversei com o Zinho sobre a força que ele tem", disse Moraes.
Enquanto o convênio com o time japonês e o patrocínio não são concretizados, o Nova Iguaçu sobrevive com contribuições mensais de seus sócios e parcerias com empresas da região.



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