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TÊNIS
Fim do ano para as meninas
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Em Los Angeles, o tênis feminino reuniu até anteontem as
estrelas da temporada para o
Masters. É uma competição que
não tem tradição e emoção, como
acontece, por exemplo, com o seu
evento similar masculino. Se nem
sempre as próprias tenistas fazem
questão de jogar o Masters, por
que o público iria aparecer?
Com a mudança de Nova York,
onde foi disputado por 21 anos, de
1979 a 2000, para Munique, na
Alemanha, no ano passado, o
Masters feminino viu o público
despencar.
Nem a volta aos EUA, para Los
Angeles, terra de Lindsay Davenport, ajudou a aumentar o interesse da torcida: durante os primeiros jogos, na arquibancada, o
barulho da bolinha rivalizava
com o barulho dos pratos na cozinha do restaurante do ginásio.
Na quadra, as mesmas de sempre. Serena Williams, Jelena Dokic, Jennifer Capriati, Kim Clijsters, Justine Henin, Venus Williams e Monica Seles avançaram
às quartas-de-final. Serena, Capriati, Clijsters e Venus disputaram as semifinais. Venus desistiu,
Clijsters foi à final com Serena.
Mesmo derrotada na final, Serena termina como a número um
do ranking feminino, melhor jogadora da temporada, retrospecto de 56 vitórias e meras 5 derrotas, oito títulos. A melhor tenista
da atualidade, sem dúvida.
Pouco antes do Masters, porém,
uma das estrelas do tênis estava
despreocupada, do outro lado do
oceano. Nem pensava em treinar,
jogar ou encontrar as suas adversárias, algumas das quais ela
odeia, outras que ela só despreza.
Com uma turma de amigos
(menos de dez, mais de três pessoas), entusiasmava-se com os
dias de sol forte e intenso e aproveitava as manhãs para esquiar.
Usava as tardes dos três dias de
viagem, de folga, para cavalgar,
outro de seus prazeres.
A temperatura ajudava. Sempre na casa dos oito graus por volta do meio-dia, caindo para no
mínimo zero grau à noite, tornava Soelden, cidadezinha perto de
Innsbruck, na Áustria, um dos lugares mais agradáveis da Europa.
Sem hora para acordar, ir esquiar, parar de cavalgar, jantar,
dormir, sorriso estampado no rosto, sem precisar falar inglês, soltando-se apenas em alemão, mais
de US$ 30 milhões na conta corrente, longe da mãe protetora,
Martina Hingis se esbaldou.
Só parou de festejar quando pegou o avião para Los Angeles, justamente para, convidada pelos
organizadores, participar da
abertura do Masters.
Enquanto suas inimigas corriam e suavam em quadra, Hingis esbanjava simpatia e bom humor fora delas, mesmo obrigada
a encurtar sua temporada de diversão na Áustria. Muitas vezes
chata, principalmente nas entrevistas após as derrotas, a suíça,
ex-número um do ranking mundial, afirmava aos quatro ventos
que não sentia saudade das quadras, dos treinos e dos torneios.
Negou ter se arrependido de encerrar a temporada em outubro,
quando alegou que uma cirurgia
no tornozelo esquerdo ainda a
atrapalhava. Propalou as alegrias
dos passeios que fez, das coisas
que queria fazer, mas não tinha
tempo ou disposição.
Em vez de ver as disputas das
melhores do mundo, queria era
aproveitar o sol e os bons restaurantes da Califórnia. E confirmou
que talvez nunca mais volte a jogar tênis.
Coisas de família
Os pais de Serena e Venus se divorciaram. Após acordo, Richard e
Oracene seguem trabalhando juntos "pelo bem das filhas".
Tenista de molho
Um ano após passar por cirurgia no quadril, Magnus Norman sofreu agora uma no joelho. Diz que volta a treinar no fim deste mês.
O fim de uma carreira
Aos 30 anos, a espanhola Arantxa Sánchez-Vicario pára de jogar.
Foram três títulos em Roland Garros e um no Aberto dos EUA. Ex-número um, chegou à final nos quatro Grand Slams do circuito.
Bola fora
Carlos Bernardes, que está no Masters, avisa que não atuou na final
de Roland Garros, como esta coluna informou. Falando nisso, vale
a pena gastar umas horinhas para ver o que rola em Xangai.
E-mail reandaku@uol.com.br
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