São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 2002

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TÊNIS

Fim do ano para as meninas

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Em Los Angeles, o tênis feminino reuniu até anteontem as estrelas da temporada para o Masters. É uma competição que não tem tradição e emoção, como acontece, por exemplo, com o seu evento similar masculino. Se nem sempre as próprias tenistas fazem questão de jogar o Masters, por que o público iria aparecer?
Com a mudança de Nova York, onde foi disputado por 21 anos, de 1979 a 2000, para Munique, na Alemanha, no ano passado, o Masters feminino viu o público despencar.
Nem a volta aos EUA, para Los Angeles, terra de Lindsay Davenport, ajudou a aumentar o interesse da torcida: durante os primeiros jogos, na arquibancada, o barulho da bolinha rivalizava com o barulho dos pratos na cozinha do restaurante do ginásio.
Na quadra, as mesmas de sempre. Serena Williams, Jelena Dokic, Jennifer Capriati, Kim Clijsters, Justine Henin, Venus Williams e Monica Seles avançaram às quartas-de-final. Serena, Capriati, Clijsters e Venus disputaram as semifinais. Venus desistiu, Clijsters foi à final com Serena.
Mesmo derrotada na final, Serena termina como a número um do ranking feminino, melhor jogadora da temporada, retrospecto de 56 vitórias e meras 5 derrotas, oito títulos. A melhor tenista da atualidade, sem dúvida.

Pouco antes do Masters, porém, uma das estrelas do tênis estava despreocupada, do outro lado do oceano. Nem pensava em treinar, jogar ou encontrar as suas adversárias, algumas das quais ela odeia, outras que ela só despreza.
Com uma turma de amigos (menos de dez, mais de três pessoas), entusiasmava-se com os dias de sol forte e intenso e aproveitava as manhãs para esquiar. Usava as tardes dos três dias de viagem, de folga, para cavalgar, outro de seus prazeres.
A temperatura ajudava. Sempre na casa dos oito graus por volta do meio-dia, caindo para no mínimo zero grau à noite, tornava Soelden, cidadezinha perto de Innsbruck, na Áustria, um dos lugares mais agradáveis da Europa.
Sem hora para acordar, ir esquiar, parar de cavalgar, jantar, dormir, sorriso estampado no rosto, sem precisar falar inglês, soltando-se apenas em alemão, mais de US$ 30 milhões na conta corrente, longe da mãe protetora, Martina Hingis se esbaldou.
Só parou de festejar quando pegou o avião para Los Angeles, justamente para, convidada pelos organizadores, participar da abertura do Masters.
Enquanto suas inimigas corriam e suavam em quadra, Hingis esbanjava simpatia e bom humor fora delas, mesmo obrigada a encurtar sua temporada de diversão na Áustria. Muitas vezes chata, principalmente nas entrevistas após as derrotas, a suíça, ex-número um do ranking mundial, afirmava aos quatro ventos que não sentia saudade das quadras, dos treinos e dos torneios.
Negou ter se arrependido de encerrar a temporada em outubro, quando alegou que uma cirurgia no tornozelo esquerdo ainda a atrapalhava. Propalou as alegrias dos passeios que fez, das coisas que queria fazer, mas não tinha tempo ou disposição.
Em vez de ver as disputas das melhores do mundo, queria era aproveitar o sol e os bons restaurantes da Califórnia. E confirmou que talvez nunca mais volte a jogar tênis.

Coisas de família
Os pais de Serena e Venus se divorciaram. Após acordo, Richard e Oracene seguem trabalhando juntos "pelo bem das filhas".

Tenista de molho
Um ano após passar por cirurgia no quadril, Magnus Norman sofreu agora uma no joelho. Diz que volta a treinar no fim deste mês.

O fim de uma carreira
Aos 30 anos, a espanhola Arantxa Sánchez-Vicario pára de jogar. Foram três títulos em Roland Garros e um no Aberto dos EUA. Ex-número um, chegou à final nos quatro Grand Slams do circuito.

Bola fora
Carlos Bernardes, que está no Masters, avisa que não atuou na final de Roland Garros, como esta coluna informou. Falando nisso, vale a pena gastar umas horinhas para ver o que rola em Xangai.

E-mail reandaku@uol.com.br



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