São Paulo, domingo, 13 de novembro de 2005

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FUTEBOL

Verdades desmentidas do futebol

JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA

José Trajano deixou quicando na área para alguém fazer o gol. Faremos.
Este Brasileirão, disse ele numa mesa de bar depois do "Linha de Passe", da ESPN Brasil, tem sido uma fonte inesgotável para desmentir previsões e liquidar com máximas consagradas no futebol.
O favoritismo do Santos é um caso. Verdade que ruiu pela saída de Robinho, mas ruiu.
Time que quer ser campeão não troca de técnico é outro. Pois o Corinthians trocou duas vezes, está no terceiro e perto do título.
Emerson Leão é capaz de fazer milagres aonde vai. Até foi, no Palmeiras, mas não em número suficiente.
O Goiás é fogo de palha. Não foi, não é, não está sendo e não será.
Joel Santana não dá mais. Pode ser, ainda. Mas está dando e, enquanto der, se salvar o Flamengo, não será mais a prova de que três cabeças -o triunvirato rubro-negro - pensam pior que uma, mesmo superada, como aqui escrito dias atrás (aliás, aqui se escreveu, também, "vêm" no lugar de vêem, de ver, na coluna passada, além de um misterioso "páram", em vez de param, este sem culpa do escriba).
Muita gente achava que Pet seria uma fria para o Fluminense e atrapalharia Felipe. Eis que Felipe acabou no Qatar e Petkovic está jogando o fino, rival de Carlitos Tevez na luta pelo título de melhor jogador do Campeonato Brasileiro.
Carlitos Tevez que chegou cercado pela desconfiança de alguns, que achavam que ele trocaria a noite de Buenos Aires pela noite paulistana. Mas, ao contrário, não só ele se revelou um pai carinhoso como um atleta de caráter exemplar, solidário com os companheiros que caíram em desgraça com a torcida e com os técnicos demitidos.
Para completar, Nilmar não seria o atacante de que o Corinthians precisava, porque não é um centroavante de verdade. E ele faz a dupla infernal que faz com Tevez.
Razões mais que suficientes, como se vê, para que nós, jornalistas, exercitemos a saudável humildade diante das surpresas que só o futebol é capaz de pregar.

 

Fábio Koff, presidente do Clube dos 13, já fala em ampliar o número de participantes do campeonato em 2007, "para 22 ou 24 clubes, com queda de apenas dois".
Fábio Koff teme que mais clubes de grandes torcidas caiam.
Há divergências sobre se o Estatuto do Torcedor permite a mudança porque há quem entenda que serão necessários dois campeonatos com 20 clubes para que haja qualquer modificação.
Mas há, também, outros juristas que acham que, como o regulamento do Brasileirão é o mesmo já há três anos, nada impede que se aumente a quantidade de times em 2007.
Mais que uma questão jurídica, trata-se de uma discussão técnica: com 20 clubes haverá emoção garantida na disputa em cima e embaixo, com menos rodadas em meios de semanas num campeonato mais curto, perseguido há anos.

Edição atualizada
Caso o Corinthians ganhe o tetra brasileiro, o livro da Coleção Camisa 13, "É Preto no Branco", de Washington Olivetto e Nirlando Beirão, será relançado com capa nova e devidamente atualizado. Na contracapa, textos de Rita Lee e Serginho Groisman, dois eméritos alvinegros. No miolo, um texto inédito atribuído ao gigante da literatura argentina Jorge Luiz Borges, num suposto diálogo com outro monstro, o escritor Adolfo Bioy Casares. Ambos falam sobre uns tais Sebástian, Masc e Carlos, os corintianos Sebá, Mascherano e Tevez.

Trio a perigo
Dos líderes, o Inter é o que corre menos riscos, diante de um Santos humilhado, sem torcida e sem Ricardinho. O Flu sem Pet deve penar contra o Vasco, e o Corinthians, fora, sem Tevez, contra o Coritiba.

@ - blogdojuca@uol.com.br

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